Dicas e Diagramas – XIX

Já para os capacitores eletrolíticos as resistências de isolação são menores e as correntes de fuga maiores. Consulte as especificações dos fabricantes (nos sites dos importados veja “Leakage Current”). As correntes de fuga variam de fabricante para fabricante nos eletrolíticos. Dependem igualmente, como já vimos, do tipo de construção do capacitor, do valor da capacitância e da tensão de trabalho especificada para o componente.

Antigamente os capacitores com dielétrico de papel em óleo e os eletrolíticos de alumínio eram os campeões em fugas e causadores de problemas no funcionamento dos aparelhos. Mais recentemente os de tântalo foram os que ocuparam o topo, como mais propícios a apresentarem altas correntes de fuga. 

A título de comparação: a Mallory especificava uma corrente de fuga máxima de 0,4mA para os seus capacitores eletrolíticos de 5µF X 300V. Já para um capacitor eletrolítico de 125µF X 350V, uma corrente de fuga de 2 mA era considerada normal. Na atualidade, como comentamos na edição anterior de Dicas e Diagramas, há capacitores não eletrolíticos, com dielétrico de teflon, com altíssimas resistências de isolação e fugas de apenas 0,00000001A, equivalente a 10 nanoampères.

Uma observação prática: é aconselhável que os bornes de teste, a chave CH1, e o soquete da válvula sejam de boa isolação e estejam bem limpos, para não introduzirem resultados espúrios nas medições. Utilizamos material do estoque da sucata e constatamos que componentes com sujidades ou deficiências na isolação, podem influenciar nas leituras através do aparelho e/ou provocar o seu mau funcionamento.

Com um testador de fuga de capacitores eficiente, o reparador poderá confirmar que capacitores de boa ou má qualidade sempre os há. Cabe ao profissional saber separar os maus dos bons fabricantes. Um testador de fugas em capacitores será muito útil, tanto na seleção de componentes novos como nas rotinas do dia a dia da bancada de reparações.

Já em 1950 o autor, A.F. Trindade, apontava em ANTENNA:

─ O aparelho que montei em minha oficina tem dado muitos aborrecimentos a alguns fornecedores de capacitores e muita satisfação para outros.

Era o que tínhamos para esta edição, fellows. Até o próximo mês, bom Ano Novo, boas montagens e felizes restaurações retrônicas a todos!

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Nota do editor: os transformadores utilizados por Dante Efrom como exemplos, neste artigo, foram por ele adquiridos como consumidor comum, não havendo recebido nenhuma vantagem quanto a isso e nem sendo o artigo peça de propaganda paga.

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