O que muitos não sabiam e alguns não sabem até hoje é que, na verdade, um VOM era e continua sendo apenas um medidor de corrente, ou seja, um amperímetro.
As escalas de tensão e resistência dos multímetros analógicos só “existem” graças à Lei de Ohm, que todo técnico de verdade tem que saber, e ponto final.
Em outras palavras, tensões e resistências são indicadas no painel do instrumento de forma indireta como resultado de R x I, para as tensões, ou E ÷ I, para as resistências.
E é por isso que todo VOM e aqui me refiro aos analógicos, tem um conjunto de pilhas/baterias dentro dele que só entra em operação quando estamos a medir resistências.
Pode parecer óbvia a explicação acima, mas não é.
Já recebi e-mails de “técnicos” pedindo ajuda para consertar, a distância, o seu estimado analógico que estava a apresentar problemas nas medidas de tensão e começava dizendo: – já troquei as pilhas e não resolveu!
Claro que não resolveu meu caro “técnico” pois, o ouvido não tem nada a ver com as orelhas, se é que me entendes!
Pior que não medir nada é medir errado.
Naqueles tempos, que eu chamo de Era da Eletrônica Romântica quando além de ganhar dinheiro como reparador havia prazer em descobrir o defeito, era comum encontrarmos nos circuitos resistores de elevada resistência, na casa dos mega ohms. sobre os quais apareciam tensões que, às vezes, podíamos precisar medir.
Quando vamos medir a tensão desenvolvida sobre um resistor temos uma situação importante a ser considerada e para a qual, talvez, o técnico não está atento – a resistência interna do instrumento entrará em paralelo com a resistência sobre a qual estamos querendo medir a tensão e aí vai bagunçar o coreto.
Uma das regras básicas de um circuito de resistores em paralelo é que a resistência equivalente do conjunto será sempre menor que a menor resistência do conjunto.
E daí?
Daí que se a resistência do nosso “voltímetro” for menor que a resistência sobre a qual estamos lendo a tensão, o valor lido estará errado.
Simples assim.