Esta curva foi retirada do datasheet de um relé especificado para 30A@30VCC e a seta mostra a capacidade dele quando a tensão sobe para 85VCC… e você não está lendo errado… é somente de 1A mesmo…
Ou seja, em corrente contínua, a vida dos relés normais é complicada. Isso porque, no fechamento dos contatos, existe um compromisso com o tempo de comutação, que tem que ser na casa de milissegundos, o que exige separação pequena entre eles. Como a corrente é contínua, o arco formado prejudica de uma maneira muito maior os contatos na abertura, conforme a tensão sobe. No caso do relé mostrado, a capacidade de corrente cai 30 vezes com a tensão sendo em torno de 3 vezes maior.
Esta, pelo que pesquisei, é uma regra para os relés comerciais comuns, não importa sua capacidade de corrente, a especificação é sempre feita para 30VCC. Não são todos os fabricantes que mostram a curva de redução (a Metaltex não o faz) e, ao escolher o relé, eu sabia que haveria um “derating”, por isso coloquei os contatos em paralelo… só não imaginava ele que fosse dessa ordem.
Uma opção seria colocar a comutação na corrente de base, e não no coletor, mas isso implicaria deixar a tensão de coletor “viva”, sem teste, o que eu preferi não fazer.
Discutindo o assunto com o prof. Álvaro Neiva, ele lembrou-se de uma possibilidade: a colocação dos contatos em série, para aumentar o “gap” total na abertura. A distância dobra, tornando o arco decorrente da abertura do relé mais tolerável.
Uma pesquisa sobre o assunto mostrou também que o problema é comum para o pessoal que trabalha com correntes elevadas, seja em CA ou em CC, e que essa solução é também bastante utilizada por eles. Em apenas um datasheet de um relé similar ao Metaltex, de 2A, duplo, encontramos uma curva de “derating” utilizável:
Ótimo, vou montar.
Boa sorte na montagem, Márcio! Apenas recomendo, se possível, usar um relé de dois contatos com capacidade maior e colocá-los em série. Vai aumentar a vida útil dele. Abraço.