Foi e é um valoroso companheiro que nos ajuda a descascar os abacaxis espinhentos que se escondem nas entranhas de alguns aparelhos.
Como se fazia quando não se tinha instrumental mais adequado para testar as condições do isolamento dos capacitores? A medição da resistência de isolamento pode ser realizada com um voltímetro eletrônico e uma fonte de corrente contínua capaz de fornecer a tensão de trabalho (“working voltage”) do capacitor.
Na falta de uma fonte de CC independente pode-se a utilizar a própria alimentação do circuito. Na Figura 3 ilustramos como isso pode ser feito.
Para verificar se um capacitor de acoplamento apresentava falhas um recurso que se utilizava nos velhos tempos é o mostrado na Figura 3: dessoldava-se o lide que ia à grade e media-se o capacitor com um voltímetro a válvula ou um de pelo menos 10.000 ohms/volt, como mostrado no desenho.
Com o receptor ligado, o voltímetro deve dar, inicialmente, uma deflexão grande, até o ponto que o capacitor fique totalmente carregado com a tensão CC da placa.
Se a leitura diminuía lentamente, até cair a zero, sabia-se que o capacitor estava em bom estado. Se a leitura não caía ou se, ao contrário, a deflexão aumentava, maiores eras as fugas de corrente/perdas presentes no capacitor.
Preferivelmente a medição de corrente de fuga deve ser efetuada colocando-se o capacitor em série com um miliamperímetro e aplicando-se sempre ao componente a sua tensão nominal de trabalho. A tensão de prova, como mostramos, poderá ser obtida do próprio circuito ou “emprestada” da fonte de alimentação de um receptor valvulado com transformador.
A tensão máxima disponível na maioria dos receptores é de +- 350 volts. Retire a tensão de prova junto ao terminal positivo do primeiro eletrolítico. Faça as ligações através de um potenciômetro de aproximadamente 50kΩ, de fio, 5 watts: o terminal esquerdo do potenciômetro irá à fonte do rádio; o outro extremo irá à massa comum (“−“). O terminal central do potenciômetro (“+”) será o da tensão regulável de prova.
Uma pequena lâmpada-piloto do tipo incandescente, em série, poderá servir como fusível, no caso de eventual curto-circuito.
A tensão de prova deve ser regulada para não ultrapassar a da isolação do capacitor. Geralmente a isolação está marcada no corpo do próprio capacitor.
Condensador e a forma ” aportuguesada ” mas me lembros de textos em ingles onde se citava ” condender ” em vez de capacitor, que e a forma corrente.
Grato, colega Carlos Henrique. Antigamente eram utilizados os termos “condensador”, “resistência”, “indutância” para designar os componentes. A veterana revista Antenna muito auxiliou a revisar e a padronizar a terminologia técnica de eletrônica no Brasil. Assim, condensador virou capacitor, resistência ficou resistor, “bias” virou polarização e assim por diante. O termo “resistência” foi reservado para a propriedade de um material que tende a impedir a passagem de corrente, por exemplo. Já o termo “indutância” foi reservado para a medida da indução eletromagnética, enquanto o componente virou “indutor” etc. Nos últimos tempos, pós-reforma ortográfica, passaram a ocorrer algumas confusões na nomenclatura técnica. Alguns termos técnicos, já consagrados, começaram a ser utilizados novamente como eram nos tempos arcaicos. Catodo, paroxítona, virou novamente cátodo, proparoxítona. Anodo virou “ânodo”, super-heterodino (paroxítona) passou a ser grafada super-heteródino, proparoxítona, como nos clássicos dos primeiros tempos de eletrônica. Penso que é hora de uma nova revisão da terminologia técnica de eletrônica.