Figura 4: Quem não tem cão, caça com gato. Quando não se tinha um megômetro ou medidor de isolação para altas tensões, usavam-se ohmímetros capazes de medir valores elevados de resistências. Na foto, medições de capacitores antigos com o Heathkit MM1 (do início da década de 1960, montado a partir de kit), de 20.000 Ω/V, que funciona com 4+1 pilhas, capaz de medições de até 20 MΩ e com o multímetro de bancada Philips P 817, de 40.000 Ω/V, com bateria de 22,5 V, adicional a uma pilha de 1,5V, para medições de resistências de valores elevados. Não descarte os capacitores antigos defeituosos: os invólucros podem ser aproveitados como “embalagem” nas substituições, mantendo o visual da época. O novo capacitor é instalado no interior do encapsulamento e o espaço vazio pode ser preenchido com cera ou adesivo.
Provar o isolamento de capacitores com um ohmímetro (mesmo com um sonhado Simpson 260 ou Triplet 630, de 20.000Ω/V, os xodós da época), com alcance de até 100 megohms, por exemplo, nem sempre era suficiente. A tensão da bateria da maioria desses instrumentos de medição é baixa. A medição da resistência elétrica de um material não condutor depende da tensão que é aplicada ao material.
Assim, quando recebemos em nossa oficina o recém-lançado multímetro Philips P81, Made in Holland, de 40.000Ω/V (v. Figura 4) foi uma festa. O medidor tinha bateria de 22,5V, adicional a uma pilha de 1,5V, para a medição de resistências de valor elevado. Foi buscado em 1958 na Philips de São Paulo e logo em seguida entrou em operação, na nossa bancada, com muita pompa e circunstância. Sofreu quedas graves ao longo dos anos, ficou com cicatrizes, mas continua em uso na bancada até hoje.
Condensador e a forma ” aportuguesada ” mas me lembros de textos em ingles onde se citava ” condender ” em vez de capacitor, que e a forma corrente.
Grato, colega Carlos Henrique. Antigamente eram utilizados os termos “condensador”, “resistência”, “indutância” para designar os componentes. A veterana revista Antenna muito auxiliou a revisar e a padronizar a terminologia técnica de eletrônica no Brasil. Assim, condensador virou capacitor, resistência ficou resistor, “bias” virou polarização e assim por diante. O termo “resistência” foi reservado para a propriedade de um material que tende a impedir a passagem de corrente, por exemplo. Já o termo “indutância” foi reservado para a medida da indução eletromagnética, enquanto o componente virou “indutor” etc. Nos últimos tempos, pós-reforma ortográfica, passaram a ocorrer algumas confusões na nomenclatura técnica. Alguns termos técnicos, já consagrados, começaram a ser utilizados novamente como eram nos tempos arcaicos. Catodo, paroxítona, virou novamente cátodo, proparoxítona. Anodo virou “ânodo”, super-heterodino (paroxítona) passou a ser grafada super-heteródino, proparoxítona, como nos clássicos dos primeiros tempos de eletrônica. Penso que é hora de uma nova revisão da terminologia técnica de eletrônica.