Em circuitos semelhantes ao ilustrado na Figura 2 “B”, as duas válvulas funcionam com a mesma polarização. Se um dos capacitores de passagem de sinal apresentar fuga, causará um problema muito maior, ao funcionamento do estágio, que a eventual não adoção do tão badalado “par casado” nas válvulas de saída.
Como medir correntes de fuga nos capacitores?
A corrente máxima de fuga admissível varia com a temperatura e a tensão aplicada no capacitor. Importante também é lembrar que a resistência de isolação do capacitor tende a diminuir quando se aumenta a tensão aplicada no componente.
Quando se mede a resistência de isolação do capacitor com um ohmímetro ou multímetro comum de pilhas, digital ou analógico, o capacitor pode apresentar uma resistência bastante alta, dando a falsa impressão de que está bom. É um erro comum, principalmente entre os novatos. Testar capacitores com multímetros a pilhas pode induzir o principiante a avaliações incorretas a respeito do real estado de um componente que precisa trabalhar em tensões elevadas.
Mesmo utilizando os modernos medidores digitais ou DMMs, que têm resistência de entrada bastante alta, geralmente de 10 ou 11 MΩ, e que operam com baterias de 9 V ou pilhas, as leituras fornecidas podem não ser confiáveis, no caso de capacitores. Quando o capacitor é colocado no equipamento para operar em sua tensão nominal de trabalho, por exemplo 160, 320, 400 ou 600 ou até mais volts, podem surgir perdas no dielétrico: a resistência de isolação despenca e ocorrem as fugas de corrente.
“Medi a capacitância. Verifiquei a ESR, medi a isolação com o multímetro. Mas quando instalo o capacitor, idêntico ao original no circuito, o aparelho continua não funcionando” ─ queixou-se um leitor de Antenna. Isso é frequente com os capacitores de antigamente. Ao tentar aproveitar um capacitor da sucata para uma recuperação ou restauração é preciso medir muito bem o componente, como citamos.
Era enorme a quantidade de tipos de capacitores que já saíam defeituosos das linhas de produção de componentes. O controle de qualidade de algumas marcas ─ se o havia ─ não era rigoroso. Nos receptores, com o tempo de uso o problema se agravava.
Na atualidade, os capacitores são de qualidade superior aos de antigamente. Na prática de restaurações com rigor histórico, caso não se tenha um capacitor igual ao original, em bom estado, mais vantajoso será aproveitar o invólucro do capacitor velho para tentar embutir nele um capacitor dos produzidos atualmente, de idêntica capacitância e igual ou melhor especificação no isolamento.
Condensador e a forma ” aportuguesada ” mas me lembros de textos em ingles onde se citava ” condender ” em vez de capacitor, que e a forma corrente.
Grato, colega Carlos Henrique. Antigamente eram utilizados os termos “condensador”, “resistência”, “indutância” para designar os componentes. A veterana revista Antenna muito auxiliou a revisar e a padronizar a terminologia técnica de eletrônica no Brasil. Assim, condensador virou capacitor, resistência ficou resistor, “bias” virou polarização e assim por diante. O termo “resistência” foi reservado para a propriedade de um material que tende a impedir a passagem de corrente, por exemplo. Já o termo “indutância” foi reservado para a medida da indução eletromagnética, enquanto o componente virou “indutor” etc. Nos últimos tempos, pós-reforma ortográfica, passaram a ocorrer algumas confusões na nomenclatura técnica. Alguns termos técnicos, já consagrados, começaram a ser utilizados novamente como eram nos tempos arcaicos. Catodo, paroxítona, virou novamente cátodo, proparoxítona. Anodo virou “ânodo”, super-heterodino (paroxítona) passou a ser grafada super-heteródino, proparoxítona, como nos clássicos dos primeiros tempos de eletrônica. Penso que é hora de uma nova revisão da terminologia técnica de eletrônica.