Figura 3. Uma alternativa prática para a medição, no próprio circuito, da corrente de fuga de capacitores de acoplamento, usando um voltímetro CC (detalhes no texto).
Em casos de queimas sucessivas de válvulas amplificadoras de BF/válvulas de saída de potência e/ou danos no enrolamento do transformador de saída, verifique sempre os capacitores de acoplamento placa-grade como os assinalados na Figura 2: como já ressaltamos, é um componente que precisa ser de qualidade, com elevada resistência de isolação.
No caso exemplificado em “B”, ainda na Figura 2, se o capacitor de entrada da grade na parte superior do circuito tipo push-pull for de má qualidade e apresentar fugas, circulará corrente do +B através de C5/R11, fazendo a grade da 6V6 ficar menos negativa.
Quanto maior for a fuga em C5, maior será o desequilíbrio entre as duas válvulas de saída. Em uma 6V6 a grade se tornará menos negativa, conduzindo mais corrente, enquanto na outra válvula 6V6 acontecerá o contrário. Se o capacitor C6 (também de 0,05µF), apresentar fuga de corrente, o efeito seria semelhante.
Neste ponto, vale o lembrete: tão ou mais importante que a preocupação com “par casado” nas válvulas de saída de áudio é a adoção de bons capacitores de acoplamento, para bloquear a tensão contínua aplicada a uma das armaduras, deixando passar diretamente à grade da válvula de saída somente a componente alternada de audiofrequência.
Excessos de tensões contínuas positivas na grade “cancelam” a polarização negativa da válvula, fazendo com que esta drene maior corrente na placa, ou seja, dissipe corrente maior do que a para a qual projetada etc. Geralmente pelo excesso de corrente anódica aumentará a temperatura da válvula. A placa poderá avermelhar e a distorção será excessiva.
Condensador e a forma ” aportuguesada ” mas me lembros de textos em ingles onde se citava ” condender ” em vez de capacitor, que e a forma corrente.
Grato, colega Carlos Henrique. Antigamente eram utilizados os termos “condensador”, “resistência”, “indutância” para designar os componentes. A veterana revista Antenna muito auxiliou a revisar e a padronizar a terminologia técnica de eletrônica no Brasil. Assim, condensador virou capacitor, resistência ficou resistor, “bias” virou polarização e assim por diante. O termo “resistência” foi reservado para a propriedade de um material que tende a impedir a passagem de corrente, por exemplo. Já o termo “indutância” foi reservado para a medida da indução eletromagnética, enquanto o componente virou “indutor” etc. Nos últimos tempos, pós-reforma ortográfica, passaram a ocorrer algumas confusões na nomenclatura técnica. Alguns termos técnicos, já consagrados, começaram a ser utilizados novamente como eram nos tempos arcaicos. Catodo, paroxítona, virou novamente cátodo, proparoxítona. Anodo virou “ânodo”, super-heterodino (paroxítona) passou a ser grafada super-heteródino, proparoxítona, como nos clássicos dos primeiros tempos de eletrônica. Penso que é hora de uma nova revisão da terminologia técnica de eletrônica.