Armazenar capacitores eletrolíticos por muito tempo, sem aplicação, não é bom para o desempenho do capacitor. Além da temperatura adequada e da tensão de operação, o tempo de armazenamento do capacitor eletrolítico, sem uso, influencia na corrente de fuga ─ dependendo do eletrólito e do dielétrico do capacitor, reduzindo a camada de óxido.
Se submetido a uso, parte da camada de óxido pode restaurar-se, devolvendo o capacitor a um estado funcional ─ isso se o componente estiver dentro da sua vida útil, obviamente.
Nos capacitores eletrolíticos por ela fabricados, a Philips sugeria aos reparadores que, antes do uso, o componente fosse submetido à sua tensão nominal, através de um miliamperímetro, na proporção de um minuto de “reativação” para cada 30 dias de tempo que o capacitor permaneceu “na prateleira” ou sem uso, desde a última aplicação de tensão.
Não abordaremos aqui, por ora, a questão da possibilidade de recuperação de capacitores eletrolíticos antigos. Cautela ao receber ofertas de capacitores “originais” NOS (“New Old Stock”, novos de estoque antigo) ou NIB (“New In The Box”, novos, na caixa).
Havia capacitores bons, ótimos até, duráveis, mas havia capacitores de péssima qualidade antigamente. Capacitores são como vinhos: os maus não melhoram com a idade. Ao contrário: não podem ser aproveitados. No máximo são assunto para rememorações.
Era o que tínhamos para esta edição, pessoal! Até a próxima, quando apresentaremos a parte final deste artigo e detalharemos como realizar a montagem prática e como empregar o provador de capacitores de Antenna. Não percam.
Agradecemos pelo entusiasmo e pelo apoio recebido em 2023. Permaneçam em contato.
Feliz Natal a todos! Que os estampidos e a fumaça no novo ano sejam os dos fogos de artifício e não o resultado da ação de amperes na oficina! ☺
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Condensador e a forma ” aportuguesada ” mas me lembros de textos em ingles onde se citava ” condender ” em vez de capacitor, que e a forma corrente.
Grato, colega Carlos Henrique. Antigamente eram utilizados os termos “condensador”, “resistência”, “indutância” para designar os componentes. A veterana revista Antenna muito auxiliou a revisar e a padronizar a terminologia técnica de eletrônica no Brasil. Assim, condensador virou capacitor, resistência ficou resistor, “bias” virou polarização e assim por diante. O termo “resistência” foi reservado para a propriedade de um material que tende a impedir a passagem de corrente, por exemplo. Já o termo “indutância” foi reservado para a medida da indução eletromagnética, enquanto o componente virou “indutor” etc. Nos últimos tempos, pós-reforma ortográfica, passaram a ocorrer algumas confusões na nomenclatura técnica. Alguns termos técnicos, já consagrados, começaram a ser utilizados novamente como eram nos tempos arcaicos. Catodo, paroxítona, virou novamente cátodo, proparoxítona. Anodo virou “ânodo”, super-heterodino (paroxítona) passou a ser grafada super-heteródino, proparoxítona, como nos clássicos dos primeiros tempos de eletrônica. Penso que é hora de uma nova revisão da terminologia técnica de eletrônica.