As influências do tipo de dielétrico, tempo e temperatura. Já vimos a grande influência que o tipo de substância isolante ou dielétrico (papel impregnado ou não em óleo, mica, cerâmicas ou plásticos como poliestireno, polietileno, mylar, teflon, ou de processos eletroquímicos como os eletrolíticos, de película fina ou óxidos metálicos) tem no desempenho dos capacitores.
Vimos igualmente que o desempenho, no tocante a correntes de fuga nos capacitores, é determinado pela tensão de funcionamento do componente. A corrente de fuga depende também do tempo de operação e da temperatura.
Após carregado o capacitor com a tensão nominal, a corrente de fuga dependerá fortemente da temperatura de operação. Muitos capacitores modernos são capazes de apresentar elevadíssima resistência interna e baixíssimas correntes de fuga, da ordem de nanoampères, mas o valor final da corrente de fuga sempre dependerá do período, longo ou não, de operação da tensão e da temperatura.
Em resumo, capacitor não é um dispositivo perfeito. O importante é que a qualidade do componente se mantenha dentro dos critérios técnicos definidos na corrente de fuga de aceitação.
Temperatura não é a única inimiga. Um lembrete: não apenas a temperatura faz mal aos capacitores. Capacitores sofrem danos com hidrocarbonetos halogenados e outras substâncias químicas. Se você é daqueles “useiros e vezeiros” do emprego de “multiusos penetrantes” e outros produtos, em aplicações eletrônicas, saiba que os gases propelentes de alguns aerossóis de “proteção e limpeza”, por exemplo, podem ser seriamente prejudiciais aos componentes, inclusive aos capacitores eletrolíticos de alumínio.
Os fluidos contidos em alguns desses produtos diminuem o “Q” das bobinas dos circuitos ressonantes ou desencadeiam reações químicas em componentes eletrônicos. No caso dos capacitores, os produtos contidos em alguns sprays penetram no componente e provocam falhas prematuras e/ou diminuição da resistência de isolação do capacitor, por onde passarão as correntes de fuga, advertiam os manuais sobre capacitores de indústrias como a Siemens/Icotron.
Eis uma lista de halogenados (gases propelentes ou fluidos de limpeza), relacionados pela Siemens, prejudiciais aos capacitores: triclorofluretano (nomes comerciais: Freon, Kaltron, Frigene, etc.); tetracloroetileno; cloreto de metileno; clorofórmio; tetracloreto de carbono; tricloroetileno; tricloroetano (nomes comerciais: Clorotene, Wecker 3×1, etc.).
Condensador e a forma ” aportuguesada ” mas me lembros de textos em ingles onde se citava ” condender ” em vez de capacitor, que e a forma corrente.
Grato, colega Carlos Henrique. Antigamente eram utilizados os termos “condensador”, “resistência”, “indutância” para designar os componentes. A veterana revista Antenna muito auxiliou a revisar e a padronizar a terminologia técnica de eletrônica no Brasil. Assim, condensador virou capacitor, resistência ficou resistor, “bias” virou polarização e assim por diante. O termo “resistência” foi reservado para a propriedade de um material que tende a impedir a passagem de corrente, por exemplo. Já o termo “indutância” foi reservado para a medida da indução eletromagnética, enquanto o componente virou “indutor” etc. Nos últimos tempos, pós-reforma ortográfica, passaram a ocorrer algumas confusões na nomenclatura técnica. Alguns termos técnicos, já consagrados, começaram a ser utilizados novamente como eram nos tempos arcaicos. Catodo, paroxítona, virou novamente cátodo, proparoxítona. Anodo virou “ânodo”, super-heterodino (paroxítona) passou a ser grafada super-heteródino, proparoxítona, como nos clássicos dos primeiros tempos de eletrônica. Penso que é hora de uma nova revisão da terminologia técnica de eletrônica.