Dessa forma, o sinal de baixa frequência que está disponível na saída do amplificador trafega até a caixa pelo cabo conectado à entrada de graves e o sinal de médias e altas frequências trafega até a caixa pelo cabo de médios e agudos. Ou seja, o cabo que conduz os graves não conduz médios e agudos e vice-versa.
A vantagem da configuração, dizem, é que há menos interação entre os sinais que trafegam em cabos separados. Será isso realmente procedente ou será apenas mais uma dos grandes mitos do áudio?
Apesar de existirem pessoas que acreditam realmente que há uma melhora na qualidade da reprodução assim obtida, o fato é que a diferença, se existir, é pequena e difícil de ser notada.
A questão é que, do ponto de vista de engenharia, levar o sinal por um cabo ou por dois cabos da forma apresentada acima não gera nenhuma alteração do ponto de vista elétrico e, portanto, acústico, a não ser que o cabo esteja mal dimensionado ou seja de baixíssima qualidade.
Logo, alterações para melhor são difíceis de se justificar.
Fisicamente, sabe-se que cabos são elementos bastante lineares. Portanto, não faz diferença alguma, do ponto de vista elétrico, usar um cabo ou dois cabos saindo do mesmo amplificador e chegando à mesma caixa acústica.
Na realidade, bicabeamento não produz melhora. Mas também não provoca piora. É uma técnica ineficaz. A melhora, se existir, é sutil e geralmente inaudível.
Já o caso da biamplificação é outra história. Existem dois tipos de bi-amplificação: a passiva e a ativa.
Biamplificação Ativa
Conforme discutimos anteriormente, biamplificação ativa envolve o uso de um crossover ativo que divide o espectro do sinal de áudio em baixas e altas frequências.
Isso ocorre antes dos amplificadores, e, consequentemente, permite que cada canal deles somente receba e reproduza as frequências que lhes são destinadas. Com isso, eliminam-se os crossovers passivos das caixas, o que já causa alguma melhora.
O fato de cada amplificador estar diretamente conectado ao alto-falante faz com que a carga vista por ele seja muito mais bem comportada do que a anterior, com o crossover passivo instalado entre o amplificador e o alto-falante.