Os novos transformadores tinham fator de qualidade “Q” elevado e constante de 140 em cada enrolamento. O acoplamento mútuo entre um enrolamento e outro era proporcionado por um bastão delgado, feito também de ferroxcube. Com “Q” alto e constante, mais bons parâmetros passa-banda de projeto, o transformador de F.I. produzia excelentes curvas de resposta: ótima seletividade, com ótima largura de banda para boa sonoridade. Dispensava inclusive o uso de resistores de amortecimento, comuns em outros circuitos. Assim, os transformadores de F.I. Philips/Ibrape se destacavam pelo tamanho reduzido, pela boa estabilidade, curva de seletividade aguçada e excelente desempenho nos receptores onde eram instalados. No artigo original de 1948 em Antenna, cuja abertura vemos na Figura 2, assim foi resumido o rendimento dos novos transformadores de F.I. com ferroxcube:
─ O resultado foi surpreendente: a sensibilidade, que antes era reduzidíssima [nos receptores testados] se tornou excelente, igualando a de aparelhos de maior número de válvulas e funções.
Figura 2. Artigo de autoria do engenheiro Renato Cingolani, publicado em Antenna de maio de 1948, apresentando o novo tipo de transformador de frequência intermediária.
Uma versão posterior do transformador de F.I. pode ser vista na Figura 3. Em linhas gerais, trata-se do mesmo transformador tipo 5730, mas com dimensões ainda mais reduzidas. Destinado também a circuitos de receptores com frequências intermediárias entre 446 e 464 kHz, usava enrolamentos com fio Litz e o mesmo material magnético de RF ferroxcube. O capacitor de fio tinha valor e comprimento menor, 110pF. Apresentava, igualmente, alta permeabilidade (800) e baixas perdas.