Já na época da Philips tinha concorrentes, de outros fabricantes, como da Lorenz, uma subsidiária ITT (à esquerda).
Não se tem certeza se todas as EF86 fabricadas tinham qualidade idêntica. Na nossa prática de reparações o que se constatava é que havia diferenças, sim, entre marcas e lotes diferentes. Algumas apresentavam chiado de fundo mais elevado. Outras eram mais microfônicas. Quando alguma apresentava zumbido era substituída.
O que se percebia é que algumas tinham características construtivas diferentes: como se nota na fotografia o filamento da EF86 ITT-Lorenz, por exemplo, que aparenta ser igual ao de tipos comuns de válvulas.
Com outras válvulas novas, de tipos diferentes, também aconteciam casos de ruídos.
O reparador, na dúvida, para eliminar casos difíceis de zumbidos, era obrigado, em algumas ocasiões, a testar várias unidades para encontrar uma no estoque que funcionasse adequadamente.
Nem todas as válvulas encontradas no comércio tinham a qualidade uniforme de uma Philips, de uma GE, Mullard ou RCA. E nem todas as que apresentavam mais zumbido eram defeituosas: o zumbido podia ser do circuito ─ a nova válvula é que tinha maior transcondutância,
Até em grandes fabricantes, como a RCA, eram observadas diferenças nos produtos. A Figura 6 mostra válvulas tipo 12AX7, todas da RCA: é visível que os seus elementos internos não são exatamente iguais ─ apesar de serem todas válvulas do mesmo fabricante e do mesmo tipo. Supostamente foram produzidas em unidades diferentes da indústria.
Falhas, como fugas (até curtos-circuitos) entre filamento e catodo da válvula, são causas de zumbido e outros problemas ─ notadamente nas válvulas de sete e nove pinos.
Neste tipo de válvula, os eletrodos são montados com espaçamentos mínimos, às vezes de micrômetros. O filamento de tungstênio é montado dentro do tubo de níquel do catodo, isolado apenas pelo recobrimento de alumina.
Com a alta temperatura (o tubo de níquel pode chegar a 700º C) ocorre, progressivamente, um processo físico-químico que pode levar a perdas no isolamento de alumina, culminando com fuga entre filamento e catodo, causando zumbido.
Se o capacitor de saida da fonte entrar em curto, como descrito, nao haveria tensao alguma de saida e, portanto, nenhum zumbido mas talbez uma valvula ou diodo em curto…
Grato, colega Carlos Henrique. Talvez, depende da resistência de carga da fonte (no caso, curto do capacitor), ou seja, depende do tipo de “curto”. O colega pensa em curto total, “zero ohm”, provavelmente. Na prática não é bem assim. Dos capacitores eletrolíticos defeituosos da foto do artigo apenas um apresentou curto de zero ohm. Vários apresentaram resistência de até 1K. Com esse valor o capacitor perde a eficiência na filtragem e passa a funcionar meramente como resistor de drenagem, deixando passar tensões de ronco. É comum haver uma tensão presente na saída, (salvo que haja um fusível) ─ até onde aguentarem o transformador de força ou a retificadora, mesmo com o capacitor de saída da fonte funcionando em “curto-circuito” parcial.