Dicas e Diagramas – XV

Defeitos no isolamento ou fugas entre os eletrodos também podem surgir por contaminações resultantes de más técnicas de montagem dos eletrodos das válvulas, principalmente entre as produzidas antigamente para reposição. Nas fotos da Figura 8 aparecem anodos marcados a lápis, uma prática não recomendada: o grafite é condutor e pode comprometer os processos físico-químicos no interior da válvula.

Boas válvulas tinham os seus elementos construídos com matérias-primas de elevado grau de pureza. Depois da montagem eram cuidadosamente submetidas a banhos e processos especiais para descontaminação/eliminação das impurezas, antes da etapa de geração de vácuo por extração do ar e a selagem do bulbo de vidro.

Em válvulas de potência, como as mostradas nas fotos a seguir, as anotações em grafite talvez não sejam tão comprometedoras ao bom funcionamento e à confiabilidade da válvula. Mas em válvulas para baixas potências, pequenos sinais e de elevado ganho, tal prática longe está de ser recomendável por comprometer a confiabilidade do componente.

Figura 8. Válvulas JJ E34L (“matched pair”) e 6BQ5/EL84, com placas marcadas a lápis.

Problemas com componentes e blindagens

Quando ocorre fuga entre filamento e catodo de válvulas do estágio de áudio, o zumbido praticamente não é afetado pela posição do controle do volume. Já quando o problema ocorre em válvulas das etapas de R.F. ou F.I. o zumbido será afetado pela posição do controle de volume e poderá aparecer somente quando se sintoniza um sinal.

2 comentários sobre “Dicas e Diagramas – XV”

  1. Carlos Henrique22 de setembro de 2023 às 11:16 AMResponder

    Se o capacitor de saida da fonte entrar em curto, como descrito, nao haveria tensao alguma de saida e, portanto, nenhum zumbido mas talbez uma valvula ou diodo em curto…

    1. Dante Vanderlei Efrom22 de setembro de 2023 às 2:36 PMResponder

      Grato, colega Carlos Henrique. Talvez, depende da resistência de carga da fonte (no caso, curto do capacitor), ou seja, depende do tipo de “curto”. O colega pensa em curto total, “zero ohm”, provavelmente. Na prática não é bem assim. Dos capacitores eletrolíticos defeituosos da foto do artigo apenas um apresentou curto de zero ohm. Vários apresentaram resistência de até 1K. Com esse valor o capacitor perde a eficiência na filtragem e passa a funcionar meramente como resistor de drenagem, deixando passar tensões de ronco. É comum haver uma tensão presente na saída, (salvo que haja um fusível) ─ até onde aguentarem o transformador de força ou a retificadora, mesmo com o capacitor de saída da fonte funcionando em “curto-circuito” parcial.

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