Figura 5. Certas válvulas, como as tipo EF86, foram especialmente desenvolvidas para baixo nível de zumbido. À esquerda uma EF86 ITT-Lorenz, à direita uma EF86 Philips Miniwatt. Pode-se observar que os filamentos, mesmo sendo de válvulas iguais, apresentam montagem diferente: detalhes no texto.
Os filamentos das válvulas eram geralmente alimentados com tensão alternada da rede. Com isso, a corrente catódica pode ser modulada pelos 60 Hz de C.A., pelo campo magnético gerado pelo filamento ou através da capacitância e/ou da resistência de isolamento entre o filamento e outros eletrodos da válvula. Quanto maior a componente alternada entre filamento e catodo ou a grade de controle, mais forte será o zumbido.
Para atenuar esse problema, em 1953 foi lançada a revolucionária EF86 (tipo variante industrial: 6267), um pêntodo de alta transcondutância e corte agudo, noval, especial para audiofrequência. Nessa válvula foi empregada uma técnica diferenciada na fabricação do filamento: para manter baixo o nível de zumbido/ruído o filamento é enrolado bifilarmente. Com isso, o campo magnético externo no filamento é praticamente nulo. A válvula também conta com blindagem interna, conectada aos pinos 2 e 7 da base.
A EF86 foi uma evolução da EF40. Até hoje é usada em pré-amplificadores Hi-Fi, inclusive de estúdio. Foi criada em 1953 nos laboratórios da Mullard e produzida pela Philips, Telefunken, Valvo e GEC, além da própria Mullard. No Brasil e na Europa equipava radiofonógrafos, de alta qualidade, na recepção de sinais e na sonoridade, além de amplificadores de topo, gravadores de fita, microfones de estúdio etc. Para tornar ainda mais baixo o nível de ruído (típico: melhor que 2,5 µV na grade, de 25Hz até 10 kHz), em alguns aparelhos a alimentação de filamentos era em C.C, através de retificadores de selênio, inicialmente, e depois de silício tipo 0A210.
Na Figura 5, à direita está uma EF86 Philips Miniwatt. No interior da válvula, na base, observa-se a ponta do filamento bifilar. Foi uma válvula amplamente adotada em circuitos de áudio. Até há pouco tempo ainda era fabricada para aplicações audiófilas.
Se o capacitor de saida da fonte entrar em curto, como descrito, nao haveria tensao alguma de saida e, portanto, nenhum zumbido mas talbez uma valvula ou diodo em curto…
Grato, colega Carlos Henrique. Talvez, depende da resistência de carga da fonte (no caso, curto do capacitor), ou seja, depende do tipo de “curto”. O colega pensa em curto total, “zero ohm”, provavelmente. Na prática não é bem assim. Dos capacitores eletrolíticos defeituosos da foto do artigo apenas um apresentou curto de zero ohm. Vários apresentaram resistência de até 1K. Com esse valor o capacitor perde a eficiência na filtragem e passa a funcionar meramente como resistor de drenagem, deixando passar tensões de ronco. É comum haver uma tensão presente na saída, (salvo que haja um fusível) ─ até onde aguentarem o transformador de força ou a retificadora, mesmo com o capacitor de saída da fonte funcionando em “curto-circuito” parcial.