No conserto de rádios antigos é comum encontrar, no caso da queima do transformador de alimentação, um transformador substituto reenrolado de forma completamente empírica por algum “oidartécnico” (radiotécnico às avessas). Transformadores mal reenrolados afetam de modo crucial o funcionamento e o bom desempenho de circuitos eletrônicos.
Nos transformadores de força, oxidação nas lâminas do núcleo, lâminas empenadas ou montagem frouxa aumentam a resistência elétrica e magnética, resultando em perdas de energia, aumento no consumo, aquecimento excessivo, falhas no isolamento entre enrolamentos, redução da capacidade de carga, distorções no sinal de áudio, aumento da corrente de magnetização etc. São fatores que podem causar vibrações, ruídos indesejados e induzir zumbido, afetando a qualidade do sinal recebido.
Condutores de sinal para grades sensíveis devem ser blindados para evitar a captação de zumbidos. Como marcado na Figura 2, cabos de conexões de áudio/fono são blindados: soldas frias, conexões de malhas oxidadas ao chassi, ligações trocadas, todos podem ser causa do aparecimento de zumbidos.
A ausência de blindagens nas válvulas, por esquecimento ao fazer alguma reparação, pode provocar, igualmente, captação de zumbido.
Válvulas pré-amplificadoras de áudio, amplificadoras de F.I. e detectoras são especialmente sensíveis à indução de campos de corrente alternada.
Muito cuidado ao substituir válvulas antigas, de tipos metálicas, por presumíveis “equivalentes diretas” de vidro, com a mesma nomenclatura. Nem sempre funcionam no mesmo circuito. Há válvulas que possuem o invólucro metálico conectado ao pino 1, para aterramento; válvulas de vidro não ─ o que pode exigir alteração nas ligações e/ou adoção de blindagem metálica.
Há válvulas antigas que possuem o terminal de grade no capacete, a ser ligado ao circuito através de cabo com blindagem de malha metálica. Ligações deficientes deste cabo podem provocar o surgimento de zumbido, além de oscilações parasitas.
Válvulas tipo “pata-de-elefante” são outra fonte frequente de problemas.
Nas válvulas pata-de-elefante (e em alguns tipos de octais como as Mazda) a pintura metálica funciona como blindagem. Com o passar dos anos a pintura tende a se craquelar ou a apresentar mau contato com o terminal de aterramento da base da válvula, provocando o surgimento de zumbido e instabilidades.
Se o capacitor de saida da fonte entrar em curto, como descrito, nao haveria tensao alguma de saida e, portanto, nenhum zumbido mas talbez uma valvula ou diodo em curto…
Grato, colega Carlos Henrique. Talvez, depende da resistência de carga da fonte (no caso, curto do capacitor), ou seja, depende do tipo de “curto”. O colega pensa em curto total, “zero ohm”, provavelmente. Na prática não é bem assim. Dos capacitores eletrolíticos defeituosos da foto do artigo apenas um apresentou curto de zero ohm. Vários apresentaram resistência de até 1K. Com esse valor o capacitor perde a eficiência na filtragem e passa a funcionar meramente como resistor de drenagem, deixando passar tensões de ronco. É comum haver uma tensão presente na saída, (salvo que haja um fusível) ─ até onde aguentarem o transformador de força ou a retificadora, mesmo com o capacitor de saída da fonte funcionando em “curto-circuito” parcial.