Zumbido ou ronco sempre estiveram presentes, em maior ou menor grau, no funcionamento da maioria dos receptores de antigamente. Nos receptores com válvulas de aquecimento direto e nos circuitos regenerativos, funcionando em C.A., por exemplo, o zumbido era comum. Apenas em receptores que operavam completamente com baterias (e sem vibradores) obtinha-se uma recepção razoavelmente livre de ruídos. Com a evolução das válvulas, dos circuitos de recepção e com o aperfeiçoamento das técnicas de montagem, foram surgindo receptores com desempenho melhorado, com baixo patamar de zumbido.
Como avaliar se o nível de zumbido é normal? Nos receptores com transformador e válvulas com filamentos em paralelo, coloque o potenciômetro de volume no ponto normal de trabalho e sintonize o aparelho entre estações, num ponto sem sinal. Retire a válvula de F.I. do soquete. Sem a válvula no soquete fica eliminado o ruído oriundo dos primeiros estágios do receptor. Afaste-se uns 50 cm do alto-falante: se o zumbido puder ser ouvido é considerado como excessivo.
O limite de audibilidade do zumbido depende do ouvinte. Por este motivo, nos receptores de boa qualidade de antigamente, considerava-se como “bom”, por exemplo, um nível de -35dBm para o zumbido, nas medições, com alto-falante com eficiência de 3% na frequência do ruído. Testes de avaliação de zumbido devem ser feitos com o alto-falante instalado no gabinete: em algumas montagens o próprio gabinete reforça as frequências de ronco reproduzidas pelo alto-falante.
O grande vilão
Figura 1. Componentes como capacitores eletrolíticos com defeito são os grandes vilões provocadores de zumbidos. Mas nem sempre.
O zumbido pode ser proveniente de interferência no sinal recebido, de problemas de aterramento, de válvulas defeituosas ou desgastadas, de cabos e conexões sem blindagens ou de componentes defeituosos, como os capacitores eletrolíticos, no circuito da fonte de alimentação.
Se o capacitor de saida da fonte entrar em curto, como descrito, nao haveria tensao alguma de saida e, portanto, nenhum zumbido mas talbez uma valvula ou diodo em curto…
Grato, colega Carlos Henrique. Talvez, depende da resistência de carga da fonte (no caso, curto do capacitor), ou seja, depende do tipo de “curto”. O colega pensa em curto total, “zero ohm”, provavelmente. Na prática não é bem assim. Dos capacitores eletrolíticos defeituosos da foto do artigo apenas um apresentou curto de zero ohm. Vários apresentaram resistência de até 1K. Com esse valor o capacitor perde a eficiência na filtragem e passa a funcionar meramente como resistor de drenagem, deixando passar tensões de ronco. É comum haver uma tensão presente na saída, (salvo que haja um fusível) ─ até onde aguentarem o transformador de força ou a retificadora, mesmo com o capacitor de saída da fonte funcionando em “curto-circuito” parcial.