Eis mais algumas dicas para investigação de defeito de ronco ou zumbido:
─ Não se esqueça da lâmpada-piloto: ela faz parte geralmente do circuito dos filamentos, conectada em paralelo nos rádios com transformador. Lâmpadas-piloto podem ser indutoras de zumbido de 60 Hz, além de produtoras de interferências. Verifique os contatos no soquete. Lâmpadas-pilotos e seus cabos de ligações podem induzir zumbido em condutores próximos. Use fios torcidos para as ligações da lâmpada-piloto, evitando a proximidade desta com o alto-falante, entrada de antena, circuitos de RF, pré-amplificadora de áudio.
─ Outro caso possível de ocorrência de zumbido é por defeitos em capacitores de passagem e em resistores e capacitores de polarização de catodo nos circuitos de áudio. Resistores de polarização de grade e de catodo preferivelmente devem ser de tipo não indutivo, para não atuarem como elos sensíveis à indução de tensões de zumbido. Sendo necessários resistores de fio, opte pelos que o fio seja disposto em enrolamento duplo, de “ida e volta”.
─ Os capacitores são mais suscetíveis a captar ruídos quando a sua armadura externa estiver conectada “invertida”. Capacitores de poliéster, por exemplo, tem “polaridade”, ou seja, um lado de menor captação de ruídos (vide, nesse propósito, um excelente trabalho do colega Silvio Pinheiro no YouTube intitulado: “Teste de Polaridade de Capacitores”. Aqui está uma publicação feita há algum tempo, onde abordamos, resumidamente, o mesmo assunto: https://www.facebook.com/photo/?fbid=10212428657382663&set=gm.929441640592527 .
Poucos milivolts e até microvolts podem ser fonte de zumbido. Nesse sentido é importante dedicar atenção especial às correntes parasitas que circulam pelo chassi. Boa distribuição dos componentes e boas técnicas de montagem são fundamentais para se evitar a introdução de zumbido nos circuitos.
Um erro ─ acontecido antigamente até em alguns modelos de grandes fabricantes como a Telefunken ─ foi o de alimentar com C.A. todos os filamentos do equipamento utilizando fio único: o outro extremo do filamento de cada válvula era conectado em pontos do chassi (vide diagrama “A”, Figura 10). O sistema captava zumbido. O fabricante usou reatâncias de filtro nos filamentos, mas posteriormente abandonou o sistema: o zumbido voltava às vezes no equipamento, provavelmente induzido da rede dos filamentos aos demais componentes.
O aconselhável é sempre realizar as conexões de filamentos com condutores duplos, torcidos. Desta forma a linha de filamentos não induz zumbidos em conexões e componentes próximos.
Se o capacitor de saida da fonte entrar em curto, como descrito, nao haveria tensao alguma de saida e, portanto, nenhum zumbido mas talbez uma valvula ou diodo em curto…
Grato, colega Carlos Henrique. Talvez, depende da resistência de carga da fonte (no caso, curto do capacitor), ou seja, depende do tipo de “curto”. O colega pensa em curto total, “zero ohm”, provavelmente. Na prática não é bem assim. Dos capacitores eletrolíticos defeituosos da foto do artigo apenas um apresentou curto de zero ohm. Vários apresentaram resistência de até 1K. Com esse valor o capacitor perde a eficiência na filtragem e passa a funcionar meramente como resistor de drenagem, deixando passar tensões de ronco. É comum haver uma tensão presente na saída, (salvo que haja um fusível) ─ até onde aguentarem o transformador de força ou a retificadora, mesmo com o capacitor de saída da fonte funcionando em “curto-circuito” parcial.