Encare com desconfiança certos potenciômetros de “grau audiófilo”, feitos em corpo de plástico ou de resinas fenólicas, oferecidos no mercado. Podem ter boas curvas de rastreamento, mas podem também ser altamente suscetíveis à captação de campos de C.A. próximos.
Ao realizar modificações nos aparelhos, como, por exemplo, para a substituição de válvulas de tipos obsoletos, atenção para não utilizar contatos livres nos soquetes, principalmente os localizados perto da grade sensível de válvulas, como ponto de apoio para ligações percorridas por correntes da rede. Cuidado semelhante deve ser tomado em relação ao aproveitamento de soquetes da sucata: devem estar limpos e livres de carbonizações nos terminais. Soquetes sujos, além de produzirem zumbido por maus contatos, introduzem correntes de fuga na base da válvula.
Há lotes de receptores europeus da década de 1950 que infelizmente já se tornaram famosos por surgimento de problemas de zumbido causado por maus contatos nos terminais dos soquetes, com oxidação. Há casos, igualmente, de aparecimento de zumbido em virtude de corrosão nos rebites e parafusos de fixação, causando falha no aterramento do soquete. Sugere-se que, quando possível, soquetes fenólicos sejam substituídos por cerâmicos (“porcelana”).
Capricho no serviço é essencial
Ruídos oriundos de componentes são relativamente mais fáceis de combater. Podem ser resolvidos com trocas de peças. Mas há zumbidos causados por erros de projeto ou de montagem. Estes são mais difíceis de ser sanados, pois provavelmente exigirão alterações no aparelho, muito além de uma mera troca de componentes defeituosos. Há receptores com problemas crônicos de zumbido, desencadeados por decisões equivocadas na fase de elaboração do projeto e/ou por erros na montagem.
Figura 10. Em “A”, a forma errônea de ligações de filamentos: vários pontos de massa conectados ao longo da linha possibilitam a circulação de correntes de zumbido parasitas através do chassi. A forma correta está representada em “B”: as ligações dos filamentos devem ser feitas por um par trançado, conduzido junto ao chassi, afastado dos terminais de grade e placa das válvulas. Nesta opção a ligação à massa é feita em um único ponto, geralmente próximo do transformador. O ponto de aterramento mostrado em “B” em alguns casos é dispensável: testar a opção que proporcione melhor resultado na eliminação do zumbido.
Se o capacitor de saida da fonte entrar em curto, como descrito, nao haveria tensao alguma de saida e, portanto, nenhum zumbido mas talbez uma valvula ou diodo em curto…
Grato, colega Carlos Henrique. Talvez, depende da resistência de carga da fonte (no caso, curto do capacitor), ou seja, depende do tipo de “curto”. O colega pensa em curto total, “zero ohm”, provavelmente. Na prática não é bem assim. Dos capacitores eletrolíticos defeituosos da foto do artigo apenas um apresentou curto de zero ohm. Vários apresentaram resistência de até 1K. Com esse valor o capacitor perde a eficiência na filtragem e passa a funcionar meramente como resistor de drenagem, deixando passar tensões de ronco. É comum haver uma tensão presente na saída, (salvo que haja um fusível) ─ até onde aguentarem o transformador de força ou a retificadora, mesmo com o capacitor de saída da fonte funcionando em “curto-circuito” parcial.