Dicas e Diagramas – XIII

As ações de soldagem e dessoldagem em aparelhos valvulados são diferentes das usadas em montagens em placas de circuitos impressos. A ferramenta, o ferro de soldar, precisa ser mais potente e ter ponta com maior área, principalmente para as conexões de massa (“terra”) no chassi, como as executadas nos rádios antigos.

Figura 1. A ferramenta é chamada de “ferro de soldar”, mas a ponteira não é de ferro: geralmente é de cobre, estanhado, para facilitar a fusão e o espalhamento da liga de estanho na soldagem. Conexões soldadas, mal executadas, frequentemente são os grandes problemas do novato que nunca enfrentou aparelhos antigos: as técnicas de soldagens e dessoldagens nos equipamentos valvulados apresentam algumas   particularidades, como descrevemos no texto deste artigo, em comparação com as montagens em placas de circuitos impressos. Em qualquer tipo de montagem, o resultado deve ser uma solda firme, com aspecto   brilhante. A limpeza das peças metálicas a serem unidas é fundamental.

“Estações de trabalho” ou soldador com ponta tipo “agulha” não funcionam bem no caso de rádios antigos. Na prática, pelo menos dois tipos de ferros são usados numa oficina de reparações de rádios valvulados: um soldador comum, tipo leve, de 50 W ou um pouco mais, para os trabalhos de soldagem/dessoldagem de componentes e cabos de ligações, em pontes de terminais, soquetes de válvulas etc., além de um soldador pesado, de 150 W ou mais, para as soldagens no chassi.

Um soldador pequeno, com ponta de tamanho médio, é indispensável para a soldagem/dessoldagem, por exemplo, de capacitores antigos de poliestireno, tipo “styroflex”. A principal causa de defeitos surgidos nesses componentes é o manuseio incorreto na operação de soldagem. Os capacitores tipo styroflex são altamente vantajosos nos circuitos que exigem baixas perdas e coeficientes de temperatura negativo e constante, o que os tornavam ideais nos circuitos com indutores de ferrite. Como o ferrite tem coeficiente de temperatura positivo, a frequência de ressonância ficava constante numa ampla faixa de temperatura.

O problema é que, por desconhecimento, os capacitores de poliestireno eram manuseados sem os cuidados adequados pelos montadores ou reparadores: com este componente o ideal é que, na soldagem, a temperatura no corpo do capacitor não passe dos 50º C. Como o ponto de fusão da liga de estanho 60/40 é de 180º C, percebe-se que é fácil danificar o componente.

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