Dicas e Diagramas – Parte IV

Os alto-falantes de alta impedância foram aperfeiçoados pela Philips depois de muitas experiências: exigiram o desenvolvimento de métodos e materiais diferenciados no enrolamento da bobina móvel. Bobinas de voz de alta impedância precisam de enrolamentos de camadas uniformes de fio muito fino, geralmente de diâmetro menor que um fio de cabelo, com baixas tolerâncias. As bobinas precisam ser perfeitamente circulares e devem funcionar em espaço de ar muito estreito.

Um dos problemas enfrentados foi o da tolerância dos fios de cobre: diferenças de micrômetros no diâmetro, ao longo do comprimento do fio de cobre (ou na espessura da camada isolante), resultavam em bobinas que não ficavam perfeitamente circulares e centralizadas. O aquecimento do fio fino, durante o funcionamento do alto-falante, também alterava o diâmetro da bobina móvel. As dificuldades conseguiram ser resolvidas pela Philips, na época, mas muito provavelmente os problemas enfrentados na produção de alto-falantes de alta impedância desanimaram a concorrência.

Como comentado na edição anterior de Dicas e Diagramas, ao revisar circuitos de amplificadores valvulados antigos, sem transformador, que operam com alto-falantes de alta impedância, verifique sempre o estado dos componentes do estágio, principalmente os capacitores eletrolíticos. Nos amplificadores OTLs, os capacitores eletrolíticos que funcionam como componentes de acoplamento devem ser de alta qualidade e confiabilidade. Correntes de fugas em capacitores causarão o amortecimento do cone por C.C., com ruptura do delicado enrolamento da bobina móvel do alto-falante de alta impedância ─ um componente para o qual não haverá igual para reposição.

• E agora, que válvula é esta?

Frequentemente o reparador recebe em sua oficina aparelhos sem etiqueta de modelo, com alguma válvula faltante ou com a identificação apagada. Como identificar a válvula faltante ou sem numeração?

O primeiro passo, obviamente, é providenciar o diagrama esquemático do equipamento, tentando descobrir a sua marca e modelo, baseando-se nas características das demais válvulas, tipos e marcas dos indutores, número de faixas, etc.

Foto 4. Uma válvula com a identificação apagada, que funcionava em conjunto com 12SA7, 12SQ7, 50L6 e 35Z5, em receptor de marca/modelo desconhecidos. Pela série, como comentado no texto, provavelmente trata-se da válvula tipo 12SK7.

3 comentários sobre “Dicas e Diagramas – Parte IV”

  1. José Dantas Lavor4 de novembro de 2022 às 8:04 PMResponder

    Artigo interessante, conhecer as válvulas mais antigas e que marcaram e fizeram história no meado do século passado, trabalhei muito com rádios e txs valvulados.

  2. Luiz Antonio5 de novembro de 2022 às 11:19 AMResponder

    Excelente, publiquem mais, tinha quase toda coleção da revista Antena e Eletronica Popular, nao deviam ter acabado com publicações muito boas!!!!!

Deixe um comentário