“Há aqueles que pretendem praticar a profissão sempre que divisam gordas recompensas ou melhoria para o seu cartaz. Mas não estudam e nem a praticam com consciência. São os “oidartécnicos”. Sim, rádio invertido, isto é: um aparelho funcionando perfeitamente em suas mãos deixa de funcionar”, escreveu Irineu Travaglia na abertura.
A figura do oidartécnico aparentemente retornou, metamorfoseada, na era da internet. Com o atual modismo mundial pelos rádios antigos, parece que sua excelência ressurgiu malandramente disfarçado atrás da alcunha de “técnico-raiz”, ou seja aquele que se mete a reparar aparelhagens eletrônicas dispondo apenas dos “três cês”: canivete, cara de pau e coragem ─ ou seja, sem nada entender de eletrônica e sem ferramental adequado. Sua fonte de “conhecimento” é a paciência de usuários de grupos de internet que eventualmente acorrem para auxiliá-lo a descascar os abacaxis ─ muitas vezes criados por ele próprio.
No artigo original de Antenna, o oidartécnico usava chave-de-fenda como ferramenta de teste e entre uma chispa e outra trocava componentes até topar, casualmente, com a razão do defeito. Na versão moderna, o trapalhão diz que é “restaurador de relíquias” ─ que é como geralmente chama trastes inservíveis que deveriam repousar eternamente no cemitério das sucatas ─ mas mal sabe identificar corretamente os componentes de um equipamento.
O tema teve uma réplica na edição de novembro/dezembro de 1947 de Antenna, de autoria de “X.L. (100 PY)” ─ intitulada “Sou um Oidar Diferente”.
O oidar diferente tinha rala barbicha, remendões nas calças e o seu receptor era uma “verdadeira miséria”: os “condensadores” eram de fabricação caseira, os resistores eram de grafite de lápis de carpinteiro e a ligação de antena era diretamente no topo da válvula (“qual, não sei”).
Muito bom saber que esta revista volta a ser publicada, fico feliz e parabenizo as pessoas envolvidas neste processo , serei assíduo leitor.
São ótimas notícias sobre a publicação da revista Antena!A todos que empenharam pela publicação da conceituada revista, parabéns pelo empenho.
Obrigado!