Nas fotografias da Figura 4 vemos um capacitor variável da marca Torotor, dinamarquês, recuperado da sucata. Os componentes fabricados pela Torotor eram de elevada qualidade: foram importados e vendidos no Brasil por volta dos anos 50. Antes da limpeza, o capacitor apresentava inclusive curtos entre as placas, por sujidades. Depois de passar pela máquina lava-louças usando detergente em pó próprio, Finish Advance, e secante da mesma marca, o capacitor ficou limpo e a leitura de capacitâncias voltou a ser 0-535 pF, girando sem curtos-circuitos entre as placas.
As manchas de oxidação na carcaça do variável podem ser removidas com polimento e produto adequado. Como se tratava de restauração, preferimos deixar as manchas como estavam, para manter a aparência “natural” de envelhecimento pelo tempo. Depois da lavagem e da secagem recomenda-se lubrificar novamente o eixo e as esferas do eixo com um mínimo de graxa branca de lítio, do tipo usada em rolamentos. Evite desengripantes: são mais para oficinas mecânicas.
Muito cuidado ao tentar fazer a limpeza de capacitores variáveis antigos manualmente, por “esfregação” ou com produtos cáusticos. Capacitores como os da foto são delicados e de precisão. Para conseguir uma montagem compacta e com elevada capacitância final, as placas são finas e muito próximas, menos de 0,3 mm quando o variável está totalmente fechado. Vinagres e outros produtos ácidos acabarão comprometendo o acabamento do metal e voltarão a prejudicar o funcionamento do variável no futuro.
Ainda sobre zumbidos e outros ruídos
Outra dica a ser adotada na instalação de capacitores e demais componentes: manter ligações diretas e curtas. Dobrar em esquadro e alongar os lides dos componentes torna a montagem mais bonita, mas é preciso cuidado: tanto em áudio como nas radiofrequências é preferível que as conexões sejam diretas e sem “grandes voltas”, para evitar zumbido, desalinhamento no funcionamento dos circuitos ou o surgimento de oscilações parasitas.
Figura 5. Sistemas de aterramento em ponto único ajudam a evitar a captação de ruídos nos circuitos.
Sempre surpreendendo com artigos úteis, e claro sempre nos ensinando com boas dicas o que desconhecemos. Parabéns.
A melhor coisa ao se escrever sobre o que eu chamo de retrônica é o retorno pela troca de ideias e experiências com os leitores. O dedicado colega Volnei Deutschmann, a quem muito agradecemos, é um dos que têm trazido grandes contribuições à coluna “Dicas e Diagramas”. O seu dia a dia na oficina de restaurações não raramente resulta em excelentes pautas de artigos!