O lado da armadura externa vinha marcado por uma lista preta, por um anel ou outro sinal no próprio capacitor, para evitar que o componente fosse soldado “invertido” e para evitar a captação de ruído no circuito. Na Figura 1 podem ser vistos capacitores antigos e como a outside foil ou armadura externa era marcada. Na revista Antenna, de setembro de 1950 (Figura 2), além de “A”, a marcação comum, em “B”, “C” e “D” estavamilustradas outras formas utilizadas pelas indústrias da época para identificar a folha externa dos seus capacitores.
Figura 2. Identificações da folha externa dos capacitores usadas antigamente. Em alguns fabricantes a identificação era feita através de marca (pequeno arqueamento) no lide do componente. Alguns tipos de capacitores de mica, como os da Philips, também tinham marcação da armadura externa. ─ (Ilustração: revista Antenna).
O que é a armadura externa? Capacitores eram geralmente fabricados utilizando duas películas finas de metal, ou filme metalizado, em formato de bobina cilíndrica, separadas por um material isolante funcionando como dielétrico. Os filmes metálicos são as armaduras de carga do capacitor. Na construção do capacitor, uma lâmina é a interna e a outra é a externa ou “blindagem”: esta última recebe uma marcação de identificação. Para que esta armadura externa possa atuar como “blindagem”, o capacitor deve ser instalado corretamente no circuito.
A marcação da banda externa do capacitor era muito comum no tempo das válvulas. Na atualidade, está novamente em voga, principalmente nos equipamentos de áudio de elevado desempenho (High End). Mas a observância do “lado certo” do capacitor pode ser útil também nas restaurações e nas reparações de aparelhos antigos, além de diminuir o patamar de ruído nas montagens novas.
Quais são os pontos de baixa impedância no circuito de um receptor ou qual é o “lado certo” para se montar um capacitor não eletrolítico no circuito?
Sempre surpreendendo com artigos úteis, e claro sempre nos ensinando com boas dicas o que desconhecemos. Parabéns.
A melhor coisa ao se escrever sobre o que eu chamo de retrônica é o retorno pela troca de ideias e experiências com os leitores. O dedicado colega Volnei Deutschmann, a quem muito agradecemos, é um dos que têm trazido grandes contribuições à coluna “Dicas e Diagramas”. O seu dia a dia na oficina de restaurações não raramente resulta em excelentes pautas de artigos!