O slew-rate medido foi de 30V/μs, muito mais que suficiente para os seus objetivos.
O fator de amortecimento alcançou o valor de 250, muito bom, também.
O ganho do estágio foi medido em 22 vezes, sendo que bons pré-amplificadores, com no mínimo 1Vrms de tensão máxima de saída, estarão aptos a excitá-lo a 20W.
Conclusões
Com as medições efetuadas podemos chegar a algumas conclusões interessantes sobre as classes de amplificação e o projeto de amplificadores de potência:
– Classe A é ineficiente e, se bem projetados, amplificadores que trabalhem em classe B, com a adequada polarização, oferecerão performance mais que satisfatória para reprodução sonora em alta-fidelidade;
– a classe A oferece excelentes características de distorção e se calor, custo de energia e peso não forem problemas, é a que oferece a melhor linearidade, não se considerando aqui os modernos amplificadores em classe D, em relação às demais classes existentes;
– já é possível, de longa data, construir-se amplificadores de alta fidelidade objetiva com os componentes e a tecnologia disponíveis desde o início da década de 1970, quando o grande avanço na manufatura de semicondutores disponibilizou, de forma acessível, componentes adequados para isso;
– amplificadores em classe B com baixa polarização podem apresentar valores de distorção relativamente baixos, que podem ser satisfatórios, dependendo da aplicação pretendida;
– quando corretamente projetados, questões sobre deficiências derivadas da falta de linearidade do amplificador, tais como slew limiting, distorção de transientes etc podem ser ignoradas, sem maiores problemas;
– com transistores “lentos” e antigos, como os de potência ora utilizados, construímos um amplificador com distorções na casa dos milésimos de por cento e capaz de reproduzir frequências da ordem de centenas de kHz; assim, apesar de haver, com certeza, ganhos na utilização de componentes mais modernos, não será aquele transistor japonês “sofisticadíssimo (e caro), produzido com o silício das areias das praias de Bali”, que, sozinho, fará um projeto ruim, já definido, melhorar do “vinagre para o vinho francês”. Bons projetos dependem muito mais do uso adequado dos componentes e das boas práticas de projeto, há muito definidas, e que nossos professores colaboradores exploram e descrevem em Antenna, para esse tipo de circuito.
No caso deste amplificador, sem maiores modificações, podem ser utilizados os transistores 2SA970/C2240, 2SA1837/C4793 e 2SA1943/C5200, que, acredito, devem permitir ao circuito melhor linearidade ainda. Com esses componentes seria possível aumentar-se ainda mais a tensão de alimentação, para obtenção de mais potência à saída, o que demandaria alterações em valores de componentes; seria tarefa para aqueles com mais conhecimento sobre o assunto.
E ficamos por aqui. Forte abraço e até a próxima.
P.S.: Enquanto pesquisávamos por montagens com transistores da família 2N3055, na Internet, encontramos alguns vídeos com afirmações de que esses transistores estariam fora de linha e que, portanto, só haveria falsificações no mercado. Isso não é verdade. Essa família de semicondutores continua sendo produzida por vários fabricantes e pode ser adquirida com facilidade nas lojas físicas e na Internet, tomadas as devidas precauções quanto às falsificações.
O leitor deve ter em mente que um transistor 2N3055 ou MJ2955 da ST ou da Mospec não é ruim ou falsificado por ser dessas marcas, para citar dois exemplos. Infelizmente há muitas falsificações à venda, que usam essas marcas para dar credibilidade ao produto.
Recomendamos verificar com um capacímetro, sempre que possível, o valor da capacitância entre base e emissor desses transistores, que, no caso do 2N3055 da ST, por exemplo, deve se situar na faixa de 1,2nF. Neste artigo fornecemos orientações nesse sentido.
Bom dia. Poderia me mandar o link da parte 1? Não encontrei aqui
Prezado Renato, segue o link: https://revistaantenna.com.br/construa-um-amplificador-em-classe-a-para-algo-mais/
Você também pode encontrar o artigo na aba Edições, na edição de março de 2021 ou na aba Revista do Som. Abraço,
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