Como estamos considerando um transformador ideal admitimos que não há perdas no núcleo nem há resistência ôhmica nos fios utilizados nos enrolamentos.
Para os objetivos do “método” que irei apresentar para descobrir o “DNA” do transformador “desconhecido” esta premissa de transformador ideal pode ser utilizada como ponto de partida.
Uma vez descobertas a especificações através de cálculos simples que serão explanados a seguir, iremos partir para comprovações práticas.
Em outras palavras, estes cálculos servirão apenas, como eu disse, como ponto de partida sem grandes prejuízos.
Método prático para descobrir a potência de um transformador
A ideias descritas a seguir se baseiam no capítulo 2 da “bíblia” Transformadores, de Alfonso Martignoni, que o leitor deverá consultar se quiser se aprofundar sobre o tema.
Tratarei apenas de transformadores de pequena potência que se situam em até 3kVA.
Antes prosseguir, vale uma observação: embora a unidade mais adequada ou, porque não dizer correta, para especificação da potência de transformadores seja o VA (volt-ampere ou seu múltiplo kVA), é comum vermos muitos fabricantes e até mesmo livros, usando watts como se fosse “a mesma coisa”.
Feita esta ressalva, vamos ao “método prático” que consistirá em determinar a potência do transformador a partir da área da secção magnética onde as bobinas foram enroladas.
Reparou que eu grifei área da secção magnética?
Fiz isso para distingui-la da secção geométrica, que podemos medir com uma régua, enquanto a secção magnética terá que ser calculada, como veremos adiante.
Outras duas questões relevantes para usar o “método” é saber que ele se adapta a transformadores que utilizam lâminas padronizadas, o que facilitará a determinação da área da secção geométrica, e que supomos transformadores ideais, como já foi dito, e portanto, sem perdas no cobre e/ou no núcleo.
Muito bom o artigo.