Análise do Amplificador Integrado Gradiente Model 246

Notamos também coisas que não vimos nos produtos mais antigos da empresa, talvez por conta da crise cambial que ocorria no país na época da fabricação deste equipamento; alguns componentes, importados, apresentavam variações de marcas e valores nas mesmas placas. Enquanto, por exemplo, alguns capacitores especificados como sendo 63V eram de uma marca, outros, do mesmo valor de tensão no esquema elétrico, eram unidades de 200V, de outro fabricante, como se houvesse faltado o componente na linha de produção. Todas as soldas eram originais de fábrica e alguns deles, como os últimos citados, tinham inclusive o selo de controle de qualidade da Gradiente.

Feitas as substituições, energizamos o equipamento sem o módulo de potência, e verificamos seu funcionamento adequado, após a lubrificação e a troca do potenciômetro de volume, que estava com os batentes do cursor danificados.

A próxima etapa foi recuperar o painel frontal. Como trata-se de serigrafia simples, experimentamos usar o método da transferência de toner com ferro de passar roupas, muito utilizado para se fazer placas impressas. Algumas noites no Paint e no GIMP e conseguimos um leiaute bastante fiel ao original para impressão, em papel glossy, que foi gerada em duas folhas, por conta da largura do painel. O resultado foi bastante satisfatório, considerada sua simplicidade.

31 comentários sobre “Análise do Amplificador Integrado Gradiente Model 246”

  1. Albano16 de dezembro de 2020 às 8:27 PMResponder

    Caiu o paradigma, parabéns Marcelo, excelente resenha
    .

  2. Edilton16 de dezembro de 2020 às 9:37 PMResponder

    Muito top mesmo, agora quer vender ele ? 😁

    1. Antenna16 de dezembro de 2020 às 10:47 PMResponder

      Obrigado, Edilton! Se for vender aviso. Abraço,

  3. Antônio José de Souza16 de dezembro de 2020 às 10:46 PMResponder

    Parabéns ! Texto excelente! E o trabalho realizado é um primor!

  4. Roberto Kiel17 de dezembro de 2020 às 8:08 AMResponder

    Quisera achar mais artigos assim. Infelizmente é raro uma linguagem simples com técnica impecável. Parabéns!

  5. Fernando Monteiro17 de dezembro de 2020 às 8:31 AMResponder

    Bela matéria, parabéns! Resumindo, o ganho que se tem com Super A ativado não compensou a dor de cabeça pelo mau uso dos consumidores, se bem que devemos lembrar que no Rio de Janeiro no verão jcom temperaturas de 42° C já sabíamos que muitos clientes trariam seus equipamentos dotados deste dispdispositivo danificados. Eu desabiltei muitos deles a pedido dos clientes que não notaram nenhuma diferença. Sim há diferença, mas na prática os clientes não sentiam.

    1. Antenna17 de dezembro de 2020 às 4:26 PMResponder

      Prezado Fernando, obrigado pelos comentários, mas creio que os números melhores do 126 com polarização ótima dizem que não há ganho objetivo no uso do Super A, vis-à-vis a polarização adequada e por controle de bias comumente usada. Valores próximos foram obtidos também na análise do Model 166, em Som No. 7, de 1982. O grande problema era mesmo este observado por você, a grande dependência de ventilação adequada dos equipamentos da série. Abraço,

  6. Augusto Pedrone17 de dezembro de 2020 às 9:59 AMResponder

    Parabéns pelo trabalho e pesquisa profunda!

  7. SERGIO GALLO30 de dezembro de 2020 às 12:53 PMResponder

    Muitas informações. Parabéns!

  8. Arthur31 de dezembro de 2020 às 7:09 PMResponder

    Poderia fazer um review como este com os lendários A1 e HA ll? Creio que a maioria das pessoas fossem curtir muito, principalmente se comparar os parâmetros de ambos

    1. Antenna31 de dezembro de 2020 às 9:06 PMResponder

      Obrigado, Arthur.
      Quanto ao A1 e ao HAII, as análises já foram feitas e estão publicadas. Veja no site, na aba “Revista do Som”.
      Abraço e boas festas.

  9. MARCO CAMRGOS17 de março de 2021 às 7:18 PMResponder

    Medi os capacitores eletrolíticos…. notei que estavam melhores que os mais novos ….só troque 4 eletrolíticos ruins. ESR e Vloss estava muito melhores que os capacitores novos

  10. João de Paiva Andrade14 de maio de 2021 às 4:04 PMResponder

    Excelente artigo/resenha/crítica, com descrição clara da restauração e das medidas e testes realizados. Eu já tinha lido e ouvido técnicos e engenheiros, projetistas e analistas desqualificarem não só o 246, mas outros aparelhos da Gradiente, afirmando serem eles simples cópias de má qualidade dos JVC. De outros ouvi elogios rasgados, enaltecendo o circuito Super-A, que este artigo mostrou não ser importante no desempenho do aparelho. Tenho um 246 e considero o desempenho dele muito bom, em todo o espectro de freqüências audíveis, com transientes rápidos, garantindo alta fidelidade na reprodução.

    Muitos estudos foram feitos, visando minimizar a distorção de crossover, sendo o Super-A apenas uma delas. O que notamos é que o custo-benefício não compensou, ou seja, a pequena – e quase sempre subjetiva – melhoria percebida, às vezes contrariada por medidas e testes, é muito trabalhosa e cara, além de implicar manutenção mais freqüente.

    Mesmo cerca de 40 anos depois, um amplificador como o 246 é ainda muito bom, mostrando desempenho superior a aparelhos fabricados muito tempo depois. Como outros amplificadores classe AB – ou com configuração semelhante a essa – o 246 deve ser colocado em local com boa ventilação, de preferência climatizado, pois usado em média ou alta potência realmente esquenta bastante. Entretanto esse aquecimento é bem menor que um classe A puro. Aliás, é muito raro um fabricante produzir – mesmo hoje em dia – um amplificador dessa classe com potência nominal de 60W RMS, pois dissiparia em torno de 500W.

  11. Aparecido28 de junho de 2021 às 5:13 PMResponder

    Excelente trabalho, didático e que mostrou muito sobre as características dessa linha tão valorizada da Gradiente.
    Gostaria de saber se existe a venda, o esquema com a tabela de tensões do mesmo, já que não se acha isso pela internet…
    Grato pela atenção, fico a disposição

    Aparecido

  12. Fainer Alessander Freire10 de agosto de 2021 às 11:01 PMResponder

    Bom dia.
    Estou recuperando o meu Super A.
    estou com dificuldade em conseguir o manual de serviço com qualidade, poderia me ajudar?
    Para bens pelo trabalho de divulgação da restauração, irá ajudar muitas pessoas.

  13. Fainer Alessander Freire10 de agosto de 2021 às 11:04 PMResponder

    Bom dia.

    O 2N918 colocado tem 6 Terminais?

    Estou restaurando o meu super A e estou com algumas dúvidas.

    1. Antenna11 de agosto de 2021 às 1:49 PMResponder

      Olá Fainer. O transistor utilizado foi o 2N2918, duplo, com seis terminais Abraço,

  14. Fainer Alessander Freire11 de agosto de 2021 às 10:43 PMResponder

    Muito obrigado!!!

  15. Tales Souto31 de agosto de 2021 às 6:06 AMResponder

    Parabéns pelo trabalho, excelente, já lia várias vezes e sempre percebo uma reflexão nova..
    Queria ver se poderia comentar um aspecto que me chamou a atenção, a recomendação de 26 mV de ajuste para cada trasistor, no caso do 246 (resistor de emissor de 0R22) resulta numa corrente de 118,2 mA (se o ajuste for de 22 mV como o especificado no manual a corrente é 100 mA), no caso o Model 126 o resistor é 0R33 e então a corrente fica 78,8 mA. Nesse senti dizer que a sobreposição é ótima num certo valor de tensão (no caso 26 mV por transistor) me parece relativo pois como visto a depender do valor do resistor a corrente poderá ser maior ou menor, em outros projetos que buscam uma melhor resposta quanto a distorção tenho visto a recomendação desse valor em torno de 100 mA para a corrente de repouso, se vc puder comentar para gente seria interessante.

    Att.,

    Tales Souto

    1. Antenna31 de agosto de 2021 às 11:14 AMResponder

      Obrigado, Tales,
      De fato, o ajuste deve ser feito considerando-se a tensão sobre o resistor de emissor, sendo a corrente de repouso uma consequência. Oliver, em 1971, fez uma análise dessa questão, entre outras coisas, e você pode ver o texto neste link: https://www.hpl.hp.com/hpjournal/pdfs/IssuePDFs/1971-02.pdf. O critério de Oliver é citado em Cordell, Designing Audio Power Amplifiers, em sua segunda edição, particularmente em suas páginas 166 e 167, onde ele descreve a determinação da polarização ótima em classe AB (ou classe B ótima), e mostra que, quando o valor da tensão em Re é igual a VT, uma constante chamada de tensão térmica ou de equivalente voltimétrico da temperatura que, à temperatura ambiente (300K) é de aproximadamente 26mV, temos a melhor polarização possível para o estágio. Existe uma necessidade de compromisso entre linearidade na transição, eficiência e estabilidade térmica. Self mostra que, conforme RE diminui, a linearidade na transição melhora (Audio Power amplifier Design, 6a edição, pág. 277), à custa do aumento da corrente, para uma mesma tensão sobre RE, como você observou. Entretanto, também existe uma relação entre a estabilidade térmica e o valor de RE, que, se muito pequeno, prejudica essa estabilidade, que normalmente é melhorada com o acoplamento térmico do controle de polarização. Tudo é uma questão de compromisso. Nos valores usuais, 0,1 ohm em RE dará a melhor linearidade, à custa de uma corrente quiescente elevada, o que, se são usados muitos transistores em paralelo nas saída, o que é comum em potências elevadas, prejudica a eficiência. Aumentando-se RE, a linearidade na transição piora, mas a corrente de repouso fica mais razoável. Em meu protótipo (https://revistaantenna.com.br/construa-um-amplificador-em-classe-a-para-algo-mais/), tanto em classe B ótima quanto em classe A, com RE=0,22 ohm, consigo excelentes valores de distorção, com a corrente de repouso bem razoável. Tudo é questão de compromisso.

  16. Sergio C A Costa24 de outubro de 2021 às 7:07 PMResponder

    Parabéns pela matéria e trabalho de restauro. Análise muito bem feita , abordando os aspectos técnicos de maneira simples e objetiva indo direto ao ponto.
    Possuo um Model 366, realmente é um equipamento formidável. Porém deve-se tomar os devidos cuidados com sua utilização e ventilação.
    Gostei bastante da análise final, sobre o THD, em comparação com a poalizaração de Bias de maneira convencional, o quanto isso influencia positivamente e se o custo reflete-se no beneficio. Parabéns pela análise,

  17. Jose Antonio Zamarco16 de janeiro de 2022 às 8:23 PMResponder

    Parabéns pelo trabalho.
    Possuo um 246 que adquiri há algum tempo atrás mas ele está apresentando problemas nas entradas de Phono.
    Gostaria de fazer uma revisão geral nele mas infelizmente não conheço nenhum técnico realmente capacitado para assistência nesses aparelhos na cidade de São Paulo onde resido. Tenho muito receio em deixar o aparelho aos cuidados de técnicos que como você escreveu em seu artigo costumam fazer “gambiarras” (se é que essas já não foram feitas ) no aparelho.
    Sei que aqui não é o local para isso mas se por acaso você pudesse me indicar algum técnico capaz e confiável ou se por acaso você mesmo fizesse esse tipo de serviço poderia me informar o contato? Realmente gosto muito do amplificador e ele é o que eu uso para ouvir música.
    Obrigado
    Jose Antonio

    1. Antenna16 de janeiro de 2022 às 9:50 PMResponder

      Obrigado, José Antonio.

      Aí em SP há bons técnicos paravfazer manutenção em seu 246. Se você tiver acesso ao Facebook, seguem alguns nomes de profissionais competentes para isso: Christian Luloian, Edu KVG, Paulo TXT e José Carlos 366, que acho que é de Santos. Basta pesquisar no Facebook que você acha os contatos com facilidade. Forte Abraço e boa sorte.

      1. Jose Antonio Zamarco16 de janeiro de 2022 às 10:29 PMResponder

        Obrigado.

  18. ivan querino da silva16 de fevereiro de 2022 às 5:12 PMResponder

    boa tarde a todos . possuo um gradiente model 246 so tirei a placa do amplificador por esta toda torrada. se alguem se interessar em comprar para fazelo funcionar ,esta a disposiçao. usei uma placa de 400w desta do ml, funcionou perfeitamente. meu contato .ivan querino . zap 18.997327446 . junqueiropolis sp . OBS nao se encontra com a placa amplificadora original…

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