Biamplificação e Bicabeamento
João Yazbek*
No artigo do mês passado, falamos sobre os divisores de frequência ativos e passivos, utilizados para efetuar a separação de frequências necessária para a correta operação dos alto-falantes.
Vimos também que existe uma melhoria significativa de qualidade ao se utilizar cross-overs ativos em projetos mais sofisticados. Essa melhoria cobra seu preço em termos de complexidade e custo da instalação, com o uso de um crossover ativo e de mais amplificadores por canal.
A solução ativa não é vista em Home-theater, ainda tem pouca visibilidade em sistemas estéreo, mas é comum em sistemas profissionais, seja nos PA (Public Address ou em sistemas para shows), como também em estúdios de gravação.
Caixas do tipo monitor de estúdio são invariavelmente bi ou triamplificadas e possuem crossovers ativos, sendo que algumas utilizam DSP (Digital Signal Processors), que, além de proporcionar maior precisão nos filtros, trazem recursos adicionais construídos no software do DSP, que se somam aos benefícios anteriores; equalização das curvas de resposta, correção das deficiências dos alto-falantes e alinhamento temporal são apenas algumas das vantagens desse conceito.
O mundo do áudio residencial tem aplicado pouco os crossovers ativos, mas existem produtos para uso com biamplificação ou ainda com bicabeamento. Qual a diferença entre eles? A complexidade adicional resultante também vale o benefício?
Bicabeamento
Vamos começar pelo bicabeamento. Antes de continuar, por simplicidade de notação, falaremos de bicabeamento ou bi-amplificação, mas os conceitos podem ser estendidos para três ou mais vias da mesma forma, ou seja, para tricabeamento ou tri-amplificação e assim sucessivamente.
Nessa configuração utiliza-se um amplificador, que é conectado a uma caixa acústica que permite biamplificação (ou seja, esta tem quatro terminais, dois para ligar a via de graves e dois para ligar a via de agudos), através de um par de cabos.
*Mestre em Engenharia Eletrônica