Subwoofers – Parte II

Portanto, o que o comprador mais detalhista deve fazer, se não é possível avaliar o desempenho de um alto-falante de subwoofer pela sua aparência? A experiência diz que se deve ouvir antes de comprar. Uma audição comparativa pode decidir a questão entre um produto e outro.

Outra tendência que se vê em subwoofers de alta performance é o uso de bordas largas no cone. A borda larga dá uma aparência mais robusta ao produto, mas faz com que, para um mesmo tamanho de alto falante, a área do cone se reduza e usualmente ocorre uma pequena perda de eficiência do sistema. Isso faz com que sejam necessárias correções na sintonia da caixa e na potência do amplificador para que voltemos à condição anterior. Novamente, aparência não é tudo quando se trata de drivers de subwoofer.

A qualidade de um driver irá definir grande parte da qualidade do subwoofer. As características que o alto-falante afeta com mais impacto são as seguintes: resposta em frequência (logicamente associado ao conjunto acústico), distorção harmônica, pressão sonora e dinâmica.

A resposta em frequência é basicamente dada pelo tamanho subwoofer e de seu conjunto acústico. Temos visto no mercado subwoofers com processamento digital integrado, que pode melhorar significativamente a resposta em frequência, mas que não opera milagres. Muitas vezes, fabricantes utilizam processamento digital para apresentar um subwoofer de pequeno porte que atinge frequências incrivelmente baixas, algo como 20 Hz para um driver de 8”. É uma tarefa bastante fácil fazer com que um subwoofer seja equalizado para chegar até uma resposta desse nível, mas o mais importante é saber se o subwoofer responde de forma consistente em toda a faixa de operação e qual a pressão sonora média. O DSP faz com que um subwoofer pequeno responda a 20 Hz, mas não irá fazer com que esse mesmo produto tenha pressão sonora média igual ao de um subwoofer de maior tamanho e potência. Subwoofers de maior porte tem mais capacidade de gerar pressão sonora elevada do que subs menores, e o DSP não irá resolver esse problema físico. Ou seja, em níveis baixos de pressão sonora, o subwoofer pequeno processado digitalmente é capaz de chegar até 20 Hz, mas ao se aumentar o volume ele não terá o resultado de um subwoofer de maior porte, processado ou não. Tamanho continua sendo documento e não será o processamento digital que irá resolver isso. Leis físicas não se alteram com processamento digital.

A distorção gerada em um subwoofer é dada principalmente pelo alto-falante e ocorre geralmente por não linearidade durante excursões maiores do cone do mesmo. Disse principalmente porque hoje em dia os amplificadores têm distorção harmônica entre 1/10 e 1/100 daquela do alto-falante. Existem alto-falantes bem projetados que apresentam baixas taxas de distorção, mas eles são caros em função do desenvolvimento necessário e materiais utilizados para se chegar a este resultado. Uma solução que existe há mais de 25 anos, introduzida pela Philips na forma analógica, é a uma tecnologia chamada de Motional Feedback (em tradução livre, “Realimentação do Movimento do Cone”), que utiliza um acelerômetro que mede o movimento do cone e o realimenta de volta para o amplificador. Esta faz uma comparação entre o movimento do cone e o sinal que o produz. Dessa forma se gera um sinal corrigido que é usado para excitar o alto-falante. O resultado final desse processamento é uma redução bem considerável na distorção e uma melhoria na resposta do subwoofer, gerando a possibilidade da redução do tamanho do gabinete, resultando em um produto onde o desempenho é bastante melhorado. Essa tecnologia, em sua forma analógica ou implementada através de processamento digital, é utilizada por alguns fabricantes atualmente com resultados significativos na melhoria de desempenho.

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