O fator de crista dos sinais de áudio tem sido estudado a bastante tempo e vai depender do tipo de programa amplificado, ficando entre 2 e 10 vezes, ou seja, 6dB e 20dB [Ref. 17]. Tipicamente, teremos cerca de 12dB de fator de crista (4 vezes) nos sinais amplificados (figura 8 abaixo), valor típico para música pop.
Fig. 8
O impacto disso é que a potência média (obtida a partir do valor rms da tensão de saída), fornecida por um amplificador usado com sinais de áudio, é bem menor que os valores instantâneos máximos ou de pico, do produto tensão x corrente na sua saída, se não houver ceifamento dos picos de sinal.
Para sinais senoidais, a potência média, calculada pelo quadrado do valor rms, é a metade do valor instantâneo máximo de potência, calculado pelo valor de pico da tensão de saída ao quadrado, uma diferença de 3dB, que é o fator de crista do sinal senoidal, que costuma ser o sinal usado para definir a potência que um amplificador é capaz de entregar à sua carga, com uma determinada taxa de distorção.
Para outros sinais, a potência média vai ter que ser reduzida para evitar que se tente ultrapassar os valores máximos de tensão e corrente que o amplificador é capaz de entregar, com o consequente “clipping” ou ceifamento dos picos do sinal.
A redução em dB, da potência média fornecida, deverá ser igual à diferença entre o fator de crista do sinal amplificado e o fator de crista da senoide. Isso vai dar, na maioria dos casos, cerca de 9dB, ou 1/8 da potência nominal.