Geralmente os elementos resistivos originais dos rádios tinham em torno de 165Ω, nos aparelhos que funcionavam em 115V. Há cadarços de algodão trançado, vendidos por metro, com aparência bem semelhante ao original da Figura 1, por exemplo. Um cadarço novo pode ser usado como revestimento externo nos cabos antigos puídos, caso a parte elétrica esteja em bom estado. A seguir veremos circuitos de rabos-quentes.
Na Figura 4 vemos o esquema de um autêntico rabo-quente. É um rádio Crosley Corporation, modelo 428, de 1938, com cordão resistivo de 165Ω, 15W. Um dos lados do cordão de alimentação do aparelho é ligado diretamente à linha de massa do circuito, “flutuante”, bem como através de um capacitor de 0,05 µF X 400V (número “7”). Lembre-se sempre que, como todos os rádios sem transformador, este tipo de aparelho é potencialmente perigoso, mesmo tendo gabinete feito de material isolante como baquelite, pelo risco de choque elétrico a quem acessar o chassi, dependendo da posição do plugue na tomada ou caso o capacitor, ligado diretamente na rede, apresente fuga de corrente.
Figura 4. Receptor rabo-quente, com cabo resistivo de três vias: Crosley modelo 428, de 1938, para 110V C.A./C.C., com quatro válvulas. A resistência de níquel-cromo interna do cabo é de 165Ω, 15W.
Na Figura 5 vê-se a fonte de alimentação de um receptor Philips, produzido nos Estados Unidos, para exportação. Utilizava válvulas de tipos americanos e funcionava de 110VCA a 240VCA, pelo sistema “rabo-quente”, ou seja, com cabo de alimentação resistivo. Um cabo era para 115V; quando em operação para 220V era acrescentado, via conector especial, um novo cordão resistivo, para aumentar a linha original dos filamentos. Foi um aparelho que chegou ao Brasil, à Argentina, ao Uruguai e ao Chile, por exemplo, para uso onde a rede elétrica disponível era de 220 V ou para operação com baterias.