O Verdadeiro “Rabo-Quente”

Gilton Filho é advogado, geógrafo, eletrotécnico, moderador de grupo de eletrônica na internet, colecionador e restaurador de rádios e instrumental eletrônico antigos. Além de talentos eletrônicos, possui também talentos literários: ao ser convidado para participar de Conhecendo os Colegas, da Revista Antenna, gentilmente resumiu-nos as suas aventuras pela eletrônica em um ótimo texto, cujo conteúdo resolvemos repartir integralmente com os leitores. Temos certeza que a missiva muito poderá servir de inspiração, tanto para quem dá os primeiros passos na atividade, ou para dar um novo alento a quem já está calejado na labuta de restaurações:

Caro amigo Dante, seguem as informações a respeito de minhas atividades no ramo da eletrônica, como combinado. Procurei ser sucinto, mas certamente não logrei êxito. Fique à vontade para descartar tudo que não seja relevante. Eu tive desde cedo interesse pela eletrônica. Em 25 de fevereiro de 1980, coincidentemente data do meu aniversário de 15 anos, concluí o curso de Radiotécnico do Instituto Universal Brasileiro.

Mas se o amigo me permitir voltar um pouco no tempo, acredito que quando nasci não procurei primeiro o peito da minha mãe, e sim, uma tomada, uma lâmpada, ou alguma coisa outra coisa “elétrica”.

Também não lembro de, na minha infância, ter visto um brinquedo que eu achasse mais bonito por fora do que por dentro. Ou seja, sempre tive curiosidade por eletricidade e uma compulsão por ver como as coisas eram “por dentro”.

Mas saindo do “flashback”, em 1980 fui para Natal – RN, estudar na então Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte, no curso de Eletrotécnica. Ao concluir, em 1983, trabalhei um tempo na área, mas logo percebi que o que eu gostava mesmo era de eletrônica e que não tinha aptidão para subir em postes. Assim, fui trabalhar na oficina de reparos de equipamentos eletrônicos do meu primeiro mestre: Deuel, em Caicó.

 Depois de um tempo passei a trabalhar com sonorização em bandas da região e depois migrei para a área de informática, fazendo montagem e manutenção dos então potentes Intel 386, praticamente abandonando a área da eletrônica.

 Quando chegou a Internet no Brasil, montei o primeiro provedor aqui na minha cidade, ainda no tempo das conexões via modem, conectados a 9,6 KBPS, com um link de 256 KBPS para a cidade inteira. Era sofrível, mas a única opção.

Dando um pulo grande no tempo, voltei a estudar e me formei em Geografia e logo em seguida em Direito. Passei uns 25 anos praticamente sem contato com eletrônica. Há uns oito ou dez anos, vi um anúncio de um 3 em 1 num site local e resolvi comprá-lo para presentear um amigo que tinha uns vinis, mas não tinha equipamento para tocá-los.

A pessoa que tinha o 3 em 1 tinha também um rádio Philco Transglobe e eu resolvi comprar. Foi aí a minha desgraça. Inventei de consertar o Transglobe e o vício pela eletrônica voltou a se manifestar com força.

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