Figura 3. “Reparo” em “rabo-quente” fez o cabo entrar em combustão, queimando a fita isolante de pano. Fios de liga de nicrome não permitem remendos.
Por que se usou cordão resistivo nos receptores antigos? Transformadores eram componentes volumosos, pesados e caros. Resistores de potência geram calor: era melhor dissipar uma fonte de calor de 20 watts ao longo do cordão de alimentação de 1,5 m de comprimento, da linha de filamentos das válvulas, do que em um volumoso resistor de potência no interior do gabinete.
O problema ocorria quando o cabo era enrolado apertadamente ou quando se rompia. No primeiro caso sobreaquecia; no segundo, se agravava quando o proprietário do aparelho se metia a “consertá-lo”, encurtando o cordão: não era raro os cabos, daí, iniciarem incêndios.
Receptores antigos são perigosos: operam com tensões elevadas e oferecem risco de choques letais. Muitos possuem o chassi ligado diretamente na rede elétrica. Não mexa nesses tipos de equipamentos se você não domina as técnicas de reparos em circuitos valvulados. |
Com o tempo, por desconhecimento, todos os tipos de rádios tipo C.A./C.C. ─ ou melhor dizendo, sem transformador ─ foram sendo chamados pelos consumidores de rabos-quentes. Como vimos, pouquíssimos rádios vendidos no Brasil são verdadeiramente rabos-quentes, ou seja, com resistor embutido no cabo de alimentação.
Não se aconselha remendar elemento resistivo com defeito. Nas restaurações de receptores antigos o cordão com defeito ou em mau estado precisa ser substituído inteiramente.
As opções são a limpeza/renovação de cordões aproveitados de rádios da sucata, ou a “construção” de um cabo resistivo completamente novo, empregando fios de aquecimento recobertos por silicone ou fios de lençóis térmicos, no comprimento que proporcione a mesma resistência ôhmica do cabo original. Consulte o diagrama esquemático ou o manual de serviço do aparelho.