Assim, eu poderia aproveitar o tempo ocioso das madrugadas e dos sábados e domingos para fazer algo que me daria prazer e ainda podia render “alguns cobres”. O “sapo” deu pulos de alegria!
E, como mencionei antes, eu tinha a facilidade de poder comprovar na prática, conceitos teóricos, com auxílio da visualização das formas de onda num osciloscópio.
Naquela época eu nem sabia que o que eu estava a fazer era seguir algumas das ideias de Galileu ou mais precisamente usar o método científico (um pouco fora de moda para algumas pessoas hoje em dia).
- A Matemática é o alfabeto com que Deus escreveu o Universo.
- Todas as verdades são fáceis de entender uma vez descobertas. O caso é descobri-las.
Se você olhar o artigo que eu menciono aqui, verá que as formas de ondas são fotos da tela de um osciloscópio.
E agora, passados 42 anos, posso revelar um “segredo”, que não contei no artigo: – como consegui aquelas fotos.
Tínhamos uma câmera Polaroid da própria Tektronix que era adaptável à tela e com ela podia-se fotografar as formas de onda.
A questão é que esta câmera não ficava a nossa disposição. Ela era guardada a sete chaves e só tínhamos autorização para usá-la em “missões oficiais”. Logo, eu precisaria da autorização da chefia imediata para utilizar a câmera em uma “missão particular”.
O meu chefe era um técnico vibrador, com raízes no radioamadorismo e que amava eletrônica. Pouco a pouco fui conquistando a sua “atenção” para meus estudos e ideias.
Um belo dia levei os rascunhos do artigo para ele e, ousei, pedir que me liberasse a câmera para que pudesse ilustrá-lo com oscilogramas reais. Eu compraria o filme portanto, não traria nenhuma despesa para empresa.
Ele aprovou a ideia e assim, em maio de 1979 era publicado o meu primeiro artigo para Revista Antenna, que eu nunca esqueci e ora compartilho com leitores da velha guarda e aos que vêm se juntando à confraria do ferro de solda.
Como anunciei no artigo anterior, encerro aqui esta série de “artigos flashbacks” e deixo um spoiler de como será a próxima.
Ela vai se chamar “Não Joga Fora”, onde pretendo mostrar ideias para aproveitar sucatas e transformá-las em coisas úteis na bancada do técnico, seja ele um mero hobista ou profissional.
Um excelente contista é o que você é.