O Primeiro Artigo Para Antenna a Gente Nunca Esquece

Paulo Brites*

Com este artigo encerro esta série de flashbacks iniciada em fevereiro de 2021 cujo título foi inspirado na famosa campanha publicitária da Valisère de 1987.

E já que estou a falar de coisas que a gente nunca esquece que tal relembrar maio de 1979 quando estreei formalmente, nas páginas da Antenna como “escritor”, com o artigo Calculando Circuitos Integradores e Diferenciadores.

Este é um assunto que não costuma aparecer mais nas aulas de eletrônica, exceto, talvez, nos bons cursos de engenharia eletrônica e por isso, a nova geração, provavelmente, nem tem ideia do que seja.

Naquela época, em que os televisores PB, muitos ainda valvulados, eram o ganha pão dos técnicos reparadores, estes termos, volta e meia, apareciam nos artigos das revistas especializadas.

Entretanto, ao que a minha “vaga lembrança” recorda eu não via em tais artigos uma explicação clara e que me convencesse como aqueles dois termos tão comuns no cálculo diferencial e integral, que há muito tempo já me eram familiares na matemática, se relacionavam com circuitos eletrônicos.

Isto de não saber a origem das coisas me incomoda desde sempre e resolvi pesquisar sobre o tema para tentar “juntar os pontos”.

Naquele ano eu já iria completar quase três trabalhando na Embratel e tinha a vantagem de ter a minha disposição equipamentos de teste de alto padrão. Eu trabalhava como operador em telemetria e controle de satélites em turnos cujos horários, às vezes, eram noturnos incluindo também sábados e domingos. O trabalho nestes horários consistia, quase sempre, apenas em monitorar equipamentos e tomar alguma providência se algo acontecesse.

Em outras palavras, tinha muito tempo ocioso o qual eu podia aproveitar para ficar estudando.

Foi então que fiquei sabendo  que o Sergio Starling Gonçalves, um ex-aluno meu dos tempos da Escola Técnica de Ciências Eletrônicas do Prof. Trindade, estava trabalhando como revisor técnico na Revista Antenna e, conversa vai, conversa vem, surgiu a ideia de que eu poderia colaborar com alguns artigos para revista.

A proposta era melhor que jogar um sapo na água. Surgia uma ótima oportunidade de unir o útil ao agradável e sobreviver ao marasmo daquele trabalho desinteressante de “técnico apertador de botões”.

*Professor de Matemática e Técnico em Eletrônica

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