O Novo Mundo do Áudio Digital Parte II

O formato wave, como já citamos em colunas passadas, é o formato usado em arquivos codificados com LPCM (Linear PCM) e é essencialmente similar aos dados digitais de um CD. Um formato parecido com o Wave é o AIFF, chamado de Audio Interchange File Format, queé um formato desenvolvido pela Apple e normalmente usado em aparelhos dessa marca. Esses formatos oferecem alta qualidade de reprodução por não serem comprimidos, mas não copiam as informações adicionais do arquivo, como o nome do artista e do CD. Adicionalmente, os arquivos são grandes, como já citamos anteriormente. Os arquivos AIFF podem ser utilizados tanto em Macs como em Windows, mas são comumente vistos em produtos Apple.

Já os formatos mais comuns da segunda categoria são o FLAC (Free Lossless Audio Codec – ou Codificador Sem Perdas Gratuito), que como o nome diz, é gratuito e de código aberto e o ALAC (Apple Lossless Audio Codec – ou Codificador Sem Perdas da Apple), que era proprietário da Apple até alguns anos atrás.  O FLAC é um formato de áudio que fornece compressão de áudio sem perdas de qualidade, sendo em sua estrutura similar a um arquivo ZIP, porém com algoritmo otimizado para áudio. Sendo de código aberto, o FLAC está sendo extensivamente utilizado para compressão de áudio sem perdas em muitos produtos do mercado.

Já o ALAC é um formato de codificação de áudio sem perdas similar em eficiência de compressão ao FLAC, sendo que o maior problema desse codec é que muitos produtos que não são da Apple não suportam o formato. Outros codecs sem perdas são o WMA Lossless da Microsoft, o Ogg Vorbis, que também possui código aberto e o Real Audio (antigo Real Player), estes últimos de penetração mais limitada.

Em média, os formatos sem perdas têm uma compressão de 2:1, comparados com os valores 11:1 ou 5.5:1 vistos para o MP3 na coluna do mês passado. Logo, temos que, em media, um arquivo lossless tem uma taxa de bits de 700 kbits por segundo, comparado ao valor de 1,4 Mbits por segundo para o CD e a 256 kbits por segundo para o MP3 de media qualidade.  Então, temos que um minuto de áudio sem compressão deve ter um tamanho em torno de cinco Mbytes. Isso sempre levando em conta o padrão CD de 16 bits com taxa de amostragem de 44.1 Khz. Valores muito maiores serão obtidos para arquivos em alta resolução, onde a taxa de bits e a de amostragem são superiores.

Para completar a lista dos principais codecs com perdas, temos ainda o WMA e o AAC. O WMA (Windows Media Audio) foi criado pela Microsoft, é uma alternativa ao MP3 disponível na web, sendo comum em sites que oferecem streaming de áudio e vídeo compatíveis com o Windows Media Player. Sendo um codec com perdas, utiliza também os princípios da psico-acústica.

Já o AAC (Advanced Audio Coding) foi desenvolvido para ser o sucessor do MP3, e apesar de ser uma melhoria quando comparado ao MP3, não é tão popular quanto este. O AAC possui maior taxa de amostragem máxima (até 96KHz), maior número de canais e maior eficiência na codificação, além de maior flexibilidade para desenvolver codecs que o MP3, e corrige algumas escolhas de projeto não tão felizes feitas na especificação original do MP3. O AAC é melhor que o MP3 quando utilizado em bit-rates mais baixos. Entretanto, à medida que o bit-rate aumenta, a eficiência do formato torna-se pouco relevante e a vantagem do AAC em relação ao MP3 começa a ser menos significativa.

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