Um detalhe interessante é que o Philips Matador, na versão V6U (sem transformador), comercializada no Brasil, vinha com informações de segurança para os técnicos reparadores. A documentação técnica do aparelho advertia:
─ O Matador V6U é como um receptor de alimentação universal [com chassi ligado diretamente à rede elétrica]. Por este motivo o manuseio do receptor deve ser feito com cuidado, afim de evitar choques no reparador. O emprego de um transformador de dois enrolamentos independentes (relação 1:1) é altamente recomendável, pois isolará a rede elétrica de partes do circuito e evitará choques durante a reparação (grifo nosso).
São instruções válidas até hoje. Como se vê, era um Matador que se preocupava em não causar vítimas.
• Capacitor fazedor de viúvas
Muitos modelos de rádios antigos são perigosos: apresentam sérios problemas de segurança, por causa do risco de choques elétricos. Para enfrentar os inúmeros casos de choques acontecidos com rádios tipo CA/CC ou “rabo-quente” ─ e para obter certificações pela agência UL, Underwriters Laboratories ─ a partir de 1940, algumas marcas americanas, a exemplo de fábricas europeias, passaram a adotar o assim chamado “aterramento flutuante” nos seus projetos. Em resumo, o “terra flutuante” era uma alternativa para que o chassi não mais tivesse ligação direta à linha da rede de energia elétrica, como era a prática nos receptores sem transformador de alimentação.
No sistema “flutuante”, um dos lados da alimentação do aparelho não é mais conectado diretamente ao chassi metálico. O “retorno” é através de uma linha comum que não utiliza o chassi. A conexão é “indireta” (ver Figura 6), sendo feita através de um capacitor ou um conjunto RC (resistor/capacitor)), servindo para fins de radiofrequência. O capacitor C1 é geralmente de 0,0047 µF a 0,22µF (4,7nF a 220nF); o resistor é de 220kΩ a 470kΩ.
Figura 6. O capacitor C1 nos sistemas de aterramento flutuante dos rádios antigos foi apelidado de “fazedor de viúvas”.
Bom dia pode enviar pro meu e-mail?
jorlima2@yahoo.com.br
No momento, Jorge, não temos essa opção. Vamos ver como implementar, ok?
Parabém João Rubens, admirável a sua luta pela preservação destes equipamentos antigos e documentários, isso é de grande importância. Tenho vários receptores para serem restaurados, mas me falta tempo.
Obrigado