Dicas & Diagramas – Parte IX

Figura 4. O primeiro receptor com válvulas fabricadas no Brasil foi desenvolvido pela Ibrape, em 1953. O circuito usava bobinas da marca Comar e foi um grande sucesso, sendo reproduzido por centenas de montadores ─ e por muitas   indústrias nacionais.

Além do pioneirismo na fabricação de válvulas de recepção no Brasil, a Ibrape também foi pioneira no desenvolvimento de projetos técnicos que pudessem auxiliar no progresso das indústrias eletrônicas nacionais.

O pessoal técnico da Ibrape visitava as fábricas nacionais a fim de verificar qual a assistência técnica que a elas poderia ser prestada e quais os produtos que poderiam ser úteis. Mais do que ações de marketing, eram acordos de parcerias e de fornecimento de subsídios técnicos. Desse atendimento nasceram diversos projetos desenvolvidos para as empresas eletrônicas nacionais, com produtos locais. O Laboratório de Aplicações da Ibrape projetava os circuitos, montava os protótipos e fazia os testes dos aparelhos.

Assim ocorreu com o primeiro receptor de rádio empregando as novas válvulas tipo noval que passaram a ser fabricadas no Brasil. O projeto contava com indutores da fábrica Comar S.A., Indústria e Comércio de Componentes Eletrônicos, de São Paulo, incluindo-se os transformadores de F.I. A bobina de antena era a Comar tipo 35-A, a osciladora 35-C e os transformadores de F.I. tipo 2-U.

Centenas de receptores foram montados no Brasil, industrial e artesanalmente, com este conjunto de bobinas Comar e com as novas válvulas brasileiras.

O receptor apresentou um rendimento surpreendente, sendo um estrondoso sucesso. Nas análises das revistas técnicas nacionais, o circuito era descrito como de “desempenho assombroso”.

Poucos acreditavam, inicialmente, que era um super-heteródino comum, de apenas cinco válvulas e com componentes facilmente encontráveis no comércio.

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