Decibel: o prato principal e a sobremesa – Parte I

O que temos neste caso não é a unidade de uma grandeza física, como um comprimento que expressamos em metro ou uma corrente que expressamos em ampère, para citar, apenas, dois exemplos e sim, a relação entre duas grandezas físicas iguais.

Entretanto, para que o valor obtido pelo resultado de dez vezes o logaritmo da relação entre duas potências não ficasse apenas como um número sem nenhuma ligação com a sua origem, resolveu-se expressá-lo em decibel e você já ter desconfiado de onde vem o “deci” e o “bel”.

Seu desconfiômetro não funcionou?

Ora bolas, o “bel” é uma justa homenagem a Alexander Graham Bell, o inventor do telefone e “deci” significa décima parte.

Para simplificar a vida, costuma-se escrever dB quando falamos em decibel.

Qual a vantagem de usar decibel?

O decibel foi criado originalmente com uma unidade que relaciona o logaritmo da relação entre duas potências, ou seja, o logaritmo do ganho ou da atenuação de potência.

E daí?

Daí que, por ser uma unidade expressa através do logaritmo, poderá usar as propriedades desta “ferramenta matemática” que “transforma” multiplicação em adição e divisão em subtração.

Vamos a um exemplo, para clarear as ideias.

Suponhamos que a potência P de um amplificador (não importa quantos watts estava fornecendo) tenha sido dobrada, o seja, passou de P para 2P.

Então, se quisermos expressar este “aumento”, isto é, este ganho em decibel podemos escrever 10 log (2P ÷ P) = 10log2.

Com auxílio de qualquer calculadora cientifica descobrimos que log2  0,3 portanto, teremos 10 x 0,3 = 3dB.

Conclusão, quando dobramos a potência aumentamos 3dB.

3 comentários sobre “Decibel: o prato principal e a sobremesa – Parte I”

  1. Cláudio Silva29 de dezembro de 2023 às 1:31 PMResponder

    Muito boa matéria, Professor Paulo. Eu ainda me “embanano” com logaritimo, decibeis… e entra com esclarecimento. O Sr. colocou 10000×1,58=158.000, mas é 15.800, não?
    Por aqui entra outra confusão, que é uso da vírgula e ponto na separação de casas decimais… coisas de americano. Há quem goste, eu sempre morro na dúvida. 🙂
    Um abraço,
    Obrigado

  2. Antenna30 de dezembro de 2023 às 9:06 AMResponder

    Fosse na década de 1970 o Gilberto iria publicar um “gato” na edição seguinte; aposto que iria se chamar “gato decibélico”.
    Hoje bastam alguns minutos no computador e está devidamente corrigido! Feliz 2024 para todos nós.

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