No diagrama de blocos, acima, vemos que a ideia básica do circuito é aproveitar as características do operacional e providenciar capacidade de amplificação de tensão adequada, via Q1, Q2, Q3 e Q4, e capacidade de corrente para cargas de baixa impedância, por intermédio de Q6, Q7, Q8… Q19, de forma a disponibilizar alta potência para a carga. O CA3100 é compensado localmente por intermédio de C7 e C6.
A resposta extensa do operacional, juntamente com sua capacidade de fornecimento de corrente, foram exploradas pelo projetista, que à sua saída incorporou um estágio em configuração base comum na entrada (Q1, Q2), com polarização fixa (D3, D4 e R5). O estágio permite a compatibilização da pequena excursão do operacional à mais alta do estágio de saída e é seguido por um amplificador de tensão convencional (Q3, Q4) e seu respectivo multiplicador de VBE (Q5). Na saída, temos o tradicional estágio de ganho de corrente em configuração Darlington e simetria semicomplementar. Observem que o amplificador de tensão é inversor, e, assim, a realimentação global, proporcionada por R25, R4 e C13, é aplicada na entrada não inversora do CA3100.
Todo o amplificador, à exceção do próprio CA3100, opera em “push-pull”, o que contribui para reduzir a distorção.
Adicionalmente, considerados os elevados ganhos em malha aberta envolvidos no conjunto dos estágios em push-pull, o projetista incorporou uma segunda realimentação internamente ao loop global (nested feedback loop), limitando o ganho de tensão desse conjunto, por intermédio de R15 e R10.
Trata-se de um projeto inteligente e voltado a proporcionar baixíssima distorção mesmo em regimes de alta potência, com resposta ampla. Existe, inclusive, uma versão, com algumas modificações, que responde a corrente contínua.
Interessante, aguardando próximos projetos, obrigado, certamente tem bem mais qualidade que muitos vendidos no MercadoLivre, fico com uma dúvida em relação à amplificadores AB nos dias atuais, sua usabilidade ainda é viável? digo em termos de consumo, pois geralmente quem ouve potências acima dos 200w já optam por classe D, até em potências menores, vide essas caixas Xingue Lingue e afins que vendem como água no mercado e esse mesmo mercado está a cada dia mais restringindo os amplificadores à essa classe que, mesmo sendo relativamente bons (em alguns casos), ainda perdem em termos de qualidade para o AB, mas parece que o povo de hoje em dia quer é barulho mesmo (Vide qualidade das músicas atuais, salvo exceções).
Eu mesmo não consegui ainda me adaptar aos classe D, sinto um incômodo danado com os sons gerados por eles, muito grave e agudos estranhos e incômodos pra mim, ainda possuo meu velho e querido Sistema 3 em 1 gradiente s95, mesmo tentando outros sistemas mais atuais, sempre retorno pra ele.
Fiquei tentado a construir esse amplificador, mas acho que irei optar pelo “superHiend” do artigo anterior. Abraços.
De fato, Fábio, hoje, os classe D estão dominando o mercado. Não creio que você consiga perceber diferenças audíveis entre um bom classe D e um bom classe B, se não souber qual é qual. Entretanto, os amplificadores como o deste projeto, mas de menor potência, podem apresentar resultados excelentes, com baixo custo. Um exemplo é este aqui: https://revistaantenna.com.br/construa-um-amplificador-em-classe-a-para-algo-mais/ que pode ser ajustado para trabalhar em classe B. Na segunda parte do artigo eu mostro as medidas nesta classe, para comparar com ele mesmo, trabalhando em classe A. A montagem é bem simples e ele é, com certeza, bem superior a muitos dos kits ditos “Hiend” que são vendidos por aí. Por outro lado, compare com os classe B do mercado este amplificador em classe D: https://purifi-audio.com/eigentakt/ A tecnologia de audio avança, e melhora a cada dia, mas, concordo com você, o que a grande midia disponibiliza como “música”, hoje em dia, no Brasil, nem o sistema de som mais sofisticado do mundo ajuda a tornar palatável… abraço e boa sorte nos seus projetos.