Construa o Ultrarraiende – Parte III

Conclusões

O projeto da RCA é de muito boa qualidade. Com o transformador de alimentação utilizado, que não é o ideal para testes em 4Ω, saiu-se muito bem. As características do operacional CA3100 foram muito bem aproveitadas e como a realimentação global é aplicada em sua entrada, todo o circuito acaba “herdando”, por assim dizer, suas boas performances objetiva e dinâmica.

Os níveis de distorção alcançados à máxima potência são excelentes, bem como a relação sinal-ruído e o fator de amortecimento. O ruído e o zumbido mostram-se melhores que os divulgados, mesmo com o protótipo sem nenhuma blindagem, próximo da fonte de alimentação e de seu grande transformador.

Para quem for montar este circuito para uso residencial, acreditamos que o transformador utilizado no projeto será mais que suficiente neste regime, e, para uso contínuo em potências elevadas, é mandatória a  ventilação forçada ou, no mínimo, duas unidades do dissipador utilizado no Superrraiende, por canal, com as aletas na vertical.

O integrado CA3100 ainda pode ser achado no comércio, bem como todos os transistores, mas, como substituto funcional, sugerimos o LME49710, sendo que, neste caso, C7 deve ser retirado do circuito, pois ele é compensado internamente.

Podemos entender, após esta série de artigos de montagens dos amplificadores do databook da RCA, que os projetos propostos são de qualidade muito boa, mesmo para os padrões atuais, o que pode explicar a utilização destes por fabricantes do mundo todo, nas décadas de 1970 e 1980, incluídos aqui muitos dos bons produtos brasileiros da época.

Se o leitor deseja ter e ouvir um amplificador realmente de alta-fidelidade, em níveis elevados de potência, este projeto da RCA atenderá suas necessidades; até 500 watts contínuos em carga de 4Ω é mais que suficiente para isso.

Para quem quiser algo mais potente, sem a utilização de circuitos em classe D, o desperdício de energia não justifica a utilização de circuito em classe B, como o do Ultrarraiende.

Quem sabe, então, mais à frente, poderá aparecer em Antenna o “Hiperraiende”, operando em classe G ou H, com capacidade de fornecer mais potência ainda?

E ficamos por aqui.  Até mais!

2 comentários sobre “Construa o Ultrarraiende – Parte III

  1. Fabio19 de fevereiro de 2023 às 6:52 PMResponder

    Interessante, aguardando próximos projetos, obrigado, certamente tem bem mais qualidade que muitos vendidos no MercadoLivre, fico com uma dúvida em relação à amplificadores AB nos dias atuais, sua usabilidade ainda é viável? digo em termos de consumo, pois geralmente quem ouve potências acima dos 200w já optam por classe D, até em potências menores, vide essas caixas Xingue Lingue e afins que vendem como água no mercado e esse mesmo mercado está a cada dia mais restringindo os amplificadores à essa classe que, mesmo sendo relativamente bons (em alguns casos), ainda perdem em termos de qualidade para o AB, mas parece que o povo de hoje em dia quer é barulho mesmo (Vide qualidade das músicas atuais, salvo exceções).
    Eu mesmo não consegui ainda me adaptar aos classe D, sinto um incômodo danado com os sons gerados por eles, muito grave e agudos estranhos e incômodos pra mim, ainda possuo meu velho e querido Sistema 3 em 1 gradiente s95, mesmo tentando outros sistemas mais atuais, sempre retorno pra ele.
    Fiquei tentado a construir esse amplificador, mas acho que irei optar pelo “superHiend” do artigo anterior. Abraços.

    1. Antenna20 de fevereiro de 2023 às 9:29 AMResponder

      De fato, Fábio, hoje, os classe D estão dominando o mercado. Não creio que você consiga perceber diferenças audíveis entre um bom classe D e um bom classe B, se não souber qual é qual. Entretanto, os amplificadores como o deste projeto, mas de menor potência, podem apresentar resultados excelentes, com baixo custo. Um exemplo é este aqui: https://revistaantenna.com.br/construa-um-amplificador-em-classe-a-para-algo-mais/ que pode ser ajustado para trabalhar em classe B. Na segunda parte do artigo eu mostro as medidas nesta classe, para comparar com ele mesmo, trabalhando em classe A. A montagem é bem simples e ele é, com certeza, bem superior a muitos dos kits ditos “Hiend” que são vendidos por aí. Por outro lado, compare com os classe B do mercado este amplificador em classe D: https://purifi-audio.com/eigentakt/ A tecnologia de audio avança, e melhora a cada dia, mas, concordo com você, o que a grande midia disponibiliza como “música”, hoje em dia, no Brasil, nem o sistema de som mais sofisticado do mundo ajuda a tornar palatável… abraço e boa sorte nos seus projetos.

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