Caixas Acústicas e Alto-Falantes – II

Por esse motivo, os gabinetes têm de ser bem construídos, utilizando madeira de boa qualidade para evitar vibrações.  Uma medida de qualidade é verificar se a caixa é construída com madeira ou MDF de espessura suficiente (no mínimo 15 mm de espessura) para que esses problemas sejam minimizados. Neste caso, peso é tudo: quanto mais pesado um conjunto, mais preocupação com a rigidez estrutural teve o fabricante.

Produtos mais sofisticados utilizam internamente braços segurando as paredes internas para garantir ausência de vibrações. Hoje em dia, há também caixas com gabinete plástico ou metálico, das mais variadas qualidades construtivas, alguns sendo muito bem construídos, mas a melhor relação custo-benefício ainda é dada pela madeira de boa qualidade. 

Outra função do gabinete é garantir a alinhamento da caixa acústica conforme o fabricante a projetou. Ou seja, o volume interno da caixa e o alinhamento utilizado têm influência enorme na reprodução dos sons graves. Isso porque, se um woofer não for montado em um gabinete, o som produzido pela frente do cone tende a cancelar o som produzido pela parte de trás dele, produzindo um cancelamento muito forte dos graves e resultando em um som muito ruim, do tipo “radinho de pilha”.

O desenho do gabinete, com seu volume e alinhamento, define exatamente como será tratado o som da parte traseira do alto-falante, que pode ser não usado ou ser somado de forma correta ao som produzido pela parte frontal do woofer.

Desse conceito surgem algumas formas de tratar o problema, que chamaremos de alinhamento. Por simplicidade, vamos falar aqui somente dos três tipos mais comuns de alinhamento, o refletor de graves, popularmente chamado de caixa dutada, o tipo selado ou suspensão acústica e o tipo chamado de radiador passivo.

A caixa dutada

O alinhamento do tipo refletor de graves (ou “bass-reflex”) aproveita o som produzido pela traseira do cone do alto-falante, corrigindo-o de forma que ele não mais cancele o som produzido pela parte frontal do alto-falante e sim se some ao sinal produzido.

Dessa forma, o som tratado da parte traseira é somado ao som frontal e aumenta o volume dos graves reproduzidos, fazendo com que a resposta seja estendida nos graves. Justamente por esse motivo é que esse alinhamento é o tipo dominante no mercado, pois dele se conseguem extrair graves mais profundos em uma caixa de tamanho modesto. O projeto de uma caixa dutada evoluiu muito nos últimos anos, com o uso de programas dedicados para a simulação em computador, fazendo com que o desempenho delas tenha evoluído demais nos últimos anos.

Um comentário sobre “Caixas Acústicas e Alto-Falantes – II”

  1. Fernando Kosin16 de agosto de 2021 às 12:43 AMResponder

    Parabéns pelo texto. Me senti com 20 anos, devorando as revistas da época!

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