Caixas Acústicas e Alto-Falantes – II

Painéis eletrostáticos têm a grande vantagem de serem ainda mais leves que os ribbons, produzindo som com mais dinâmica (ou seja, com um detalhamento extremo) que os ribbons. Mas isso não vem de graça: o grande problema desses alto-falantes é que eles têm que ser ligados à energia elétrica para funcionarem e gerarem alta-tensão.

Trabalhar com alta tensão por si só já gera uma série de inconvenientes, como complexidade, segurança do produto e manutenção maior. Além do mais, eles são pouco sensíveis, precisando de muita energia para funcionarem de forma adequada e não tem também graves profundos. Usualmente um sistema eletrostático é auxiliado por um subwoofer dinâmico para que possa oferecer graves de impacto.

Os tipos planares, como os ribbons e eletrostáticos, podem irradiar som para frente e para trás se montados em uma estrutura aberta, que é o caso comum quando se usa uma solução sem o gabinete necessário para os alto-falantes dinâmicos. Por isso, esses produtos têm características diferentes dos alto-falantes dinâmicos, que são montados para produzir som somente para frente. Essa característica confere a eles uma dificuldade adicional para a colocação do equipamento no local de audição. Para que funcionem corretamente, gerando uma reprodução agradável, o posicionamento costuma ser crítico.

Dada a esmagadora presença dos alto-falantes dinâmicos no mercado de áudio, vamos nos limitar somente a essa tecnologia e deixaremos de lado os alto-falantes ribbon e eletrostáticos. Na realidade, a tecnologia de alto-falantes dinâmicos evoluiu tanto nos últimos anos que eles são a tecnologia dominante em produtos áudio, mesmo em produtos muito sofisticados que utilizam esses drivers em detrimento dos outros.

Como nosso foco está voltado aos alto-falantes do tipo dinâmico, os gabinetes se tornam parte integrante do sistema, seja este uma caixa pequena voltada para reprodução de som ambiente ou uma caixa acústica com propósitos mais sérios, voltada à reprodução de qualidade. Todos os tipos de caixa que utilizam alto-falantes do tipo dinâmico necessitam de um gabinete para funcionarem adequadamente.

A real importância do gabinete é que nele se montam os alto-falantes e que estes, ao reproduzirem o sinal sonoro, fazem com que o gabinete comece a vibrar um pouco e altere o som reproduzido. Em alguns casos o gabinete entra em ressonância em certas frequências produzindo um som bastante desagradável. 

A necessidade de um gabinete sólido somente é percebida quando se compra uma caixa de baixa qualidade, construída com madeira do tipo aglomerado com espessura muito pequena e, ao se ouvir uma passagem de um filme ou música com maior intensidade, você descobre que o som está muito estranho e pouco natural, pois está sendo bastante alterado pela vibração ou ressonância do gabinete.

Um comentário sobre “Caixas Acústicas e Alto-Falantes – II”

  1. Fernando Kosin16 de agosto de 2021 às 12:43 AMResponder

    Parabéns pelo texto. Me senti com 20 anos, devorando as revistas da época!

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