Enquanto os primeiros foliões percorriam a Avenida Rio Branco entoando uma das músicas de sucesso que dizia : “Trabalhei… trabalhei… trabalhei…” Gilberto fazia um inventário da situação: No cofre, cerca de trinta mil réis. Nas gavetas, contas em atraso, aluguéis idem, multas, Clicheria, gráfica, papel… tudo vencido.
Quanto aos dois auxiliares, o carteiro Machado e o sargento Manoel Henrique, embora com os salários atrasados há vários meses, continuavam a prestar seus serviços.
Em uma gaveta, cartas em profusão, sendo a maioria reclamações dos assinantes pelo atraso no recebimento das revistas. Pacientemente, Gilberto passa os dias de Carnaval tentando organizar as coisas e tentando entender o “modus operandi” de uma editora, que envolvia muito mais atividades do que escrever artigos técnicos.
Após um acerto com o proprietário do imóvel, Gilberto decide mudar a Redação de Antenna para o terceiro andar do prédio da Travessa Ouvidor Nº 49, uma sala com quatro metros quadrados que fazia parte do escritório de seu pai.
No mês seguinte é lançado o número 169, abrangendo os meses de janeiro e fevereiro de 1941, onde aparece pela primeira vez o nome de Gilberto Affonso Penna como Diretor. Começava uma nova era para Antenna.
Figura 2 – Expediente de Antenna – jan/fev 1941