Mas nem sempre as coisas ocorrem de acordo com o planejado, conforme nos conta Gustavo Lisboa Braga em seu livro “ PRA3- Rádio Club do Brasil:
E em 26 de junho de 1938, na cidade de Nova York, realizou-se uma luta em que seria disputado o título de pesos-pesados entre Joe Louis e o alemão Max Schmeling.
Dois anos antes, em luta semelhante, Max Schmeling havia saído vencedor e os torcedores ansiavam pela revanche, que tinha, inclusive, uma conotação política por parte do III Reich. Max Schmeling era usado como parâmetro para provar a supremacia dos arianos nos esportes. Em 1936, derrotou o lutador negro e norte-americano Joe Louis e os nazistas transformaram a vitória em propaganda de seus ideais. E, como não poderia deixar de ser, o Rádio Club do Brasil iria transmitir a luta.
Um locutor, que dominava bem o inglês, com um fone iria ouvindo a transmissão americana e pelo microfone faria a transmissão direta, traduzida para o português. Tudo muito simples, a não ser que…
Foto 2 – Estúdio de jornalismo do Rádio Club do Brasil – 1934
Ao se iniciar a luta, a transmissão era perfeita, porém passados alguns segundos, devido a problemas de “fadding” e estática, o locutor passou a não mais ouvir a transmissão.
Inabalável, continuou a transmissão do “round”, usando a sua imaginação:
“Ataca Joe Louis… “jambe” quase perfeito! Max revida…encontrando a guarda de Louis fechada… São separados pelo juiz”…E foi assim até terminar o primeiro “round”.