Os filtros de graves e de agudos se mostraram mais agressivos que o especificado, em torno de -10dB nas frequências indicadas, e o loudness conferiu.
Os controles de graves e agudos alcançaram ±12dB, contra os ±10dB especificados, e o de médios, ±8dB, contra ±6dB. O nível de silenciamento (muting) cravou -20dB.
O fator de amortecimento medido foi de 42, a 1W/8Ω, um bom valor, mas abaixo do especificado, entretanto (160).
Conclusões
O Gradiente Model 360 era o carro-chefe da linha Model, e tinha características técnicas objetivas, funcionalidades e design muito bons. A função de mistura de toca-discos é interessante, uma boa economia de recursos e espaço para que desejasse fazer gravações ou mesmo pequenas festas, pois o Model 360 tem potência para isso.
A análise objetiva mostrou um equipamento de boa performance e capaz de aguentar os severos testes de potência, que são longos, sem problemas, Os dissipadores de calor se aqueceram bastante, mas são internos e não ultrapassaram nenhum limite perigoso. Quanto a isso, se ele for utilizado em potências elevadas é importante não obstruir suas aberturas de ventilação.
Os valores de distorção foram melhores no canal com o par mais novo de transistores de saída; são os de cor azul, nos gráficos, mas mesmo os originais apresentam boa performance. Seus invólucros estão bastante oxidados; eles estavam muito sujos, o que talvez tenha contribuído para isso.
Os recursos e a potência disponíveis o colocavam em uma categoria superior, sendo poucos os concorrentes que ofereciam algo similar.
De resto, observamos que esta linha foi uma espécie de divisor de águas no processo industrial da Gradiente: passou a fornecer informações técnicas de forma mais organizada para o público e para os técnicos de manutenção, moveu parte de sua linha de produção para Manaus e investiu na melhoria da montagem interna de seus equipamentos, simplificando-a.
Esse amplificador é, até hoje, admirado e muito procurado pelos colecionadores de equipamentos vintage, com razão. Talvez custe tão caro atualmente quanto custava na época.
E encerramos por aqui. Até a próxima análise!
Prezado Marcelo, gostei muito da sua publicação a respeito do lendário M360 da Gradiente, onde foram mostrados os testes e algumas características técnicas deste que foi um ícone nos anos 80. Hoje me encontro diante da restauração de um exemplar, fazendo recap geral, limpeza, enfim, para deixá-lo próximo do seu original. Estou substituindo os transistores de saída pelos MJ, conforme sugerido, mas me deparei com um problema: estou com dois transistores queimados e não encontro nem algum equivalente, são os 2SA818Y e 2SC1628Y.
Você teria alguma informação a respeito, de equivalências que posso encontrar no mercado? Agradeço muito a sua ajuda e, mais uma vez, parabenizo-o pela publicação.
Obrigado Marcos, quanto às equivalências, o par BF460/BF463 é indicado como substituto, com a devida atenção à disposição dos pinos, ok? Um par fácil de encontrar, que pode ser usado, emho, seria os MJE15032/MJE15033. Abraço e boa sorte em sua jornada.
Obrigado pelo retorno. Vou providenciar a busca logo. Abraço.
Caro Marcelo, por incrível que pareça depois de tantas décadas esta é a primeira vez que vejo um M360 numa bancada de teste !!
Fiquei muito curioso em ver seus números, pois sou dono de um comprado em jan/81 (cariiiinho !!) e não largo dele de jeito nenhum, gosto muito deste aparelho, e por isso a curiosidade.
Não vou entrar em detalhes do restante dos equipamentos no qual ele estava ligado (mudei de residência e não tenho ainda um lugar definido), só sei que eu sempre gostei de “som de qualidade” (não em quantidade) por isso que gosto tanto dele.
Desde então a única vez que fiz uma manutenção (preventiva) foi a substituição dos Capacitores Eletrolíticos da fonte de alimentação.
Exceto isso, nunca foi necessário alguma intervenção nele, provando a qualidade e robustez do projeto.
Quando possível tenho o intuito de substituir a maior parte dos Cap. Eletrônicos e alterar o valor do Filtro de Baixo para Subsonico, além de trocar os Bornes de Saída por Pinos.
Você teria alguma sugestão de melhoria ?
Uma dúvida sobre o teste, talvez eu não tenha percebido, mas os testes foram feitos usando-se a fonte do aparelho ou uma externa estabilizada ?
Parabéns pelo trabalho de Restauro e Avaliações.
Obrigado, Pedro,
A substituição dos eletrolíticos é algo importante nesses amplificadores mais antigos.
O Model 360 é um equipamento muito bom, e complexo. Vale a pena mantê-lo bem e atualizado.
As medições que faço utilizam a própria fonte do equipamento, com um Variac para mantê-la na tensão nominal indicada no manual, a qualquer nível de potência.
A troca de todos os eletrolíticos nele não será fácil, pois a montagem é complexa e não muito amigável para manutenção, entretanto, é recomendável.
Apenas como sugestão, verifique o esquema dele e troque, primeiro, os capacitores que estão ligados nas linhas de alimentação e fazem filtragem adicional; muitas vezes eles não estão na placa principal da fonte, mas podem estar sujeitos às mesmas condições dos filtros principais. Outros que, com certeza, sofrem, são os eletrolíticos dos módulos de potência, e esses são mais fáceis de se substituir no equipamento.
Forte abraço e boa sorte na restauração. Eu faria exatamente o que você se propõe a fazer.