Nesse ponto podemos considerar o uso de um resistor em série com o falante, de valor igual à impedância nominal deste. Nessas condições, o que ocorre?
O fator de amortecimento do amplificador não é modificado; mas, no que se refere à carga do alto-falante, o efeito é o mesmo que a redução do fator de amortecimento do amplificador para um valor inferior a 1; assim, no exemplo já apresentado, o fator de amortecimento real, com um resistor de 16Ω ligado em série, seria 16/(2+16) ≈ 0,9.
Desta forma obtém-se um sistema com fator de amortecimento da ordem de 1; entretanto, o emprego do resistor em série não é recomendável quando o amplificador tiver um amortecimento variável.
Um resistor em série, com valor igual à impedância nominal do alto-falante, pode, em geral, ser utilizado para reduzir o fator de amortecimento efetivo do amplificador de potência usado.
As experiências que podemos realizar mostram bem esse fenômeno; para tanto, podemos empregar um alto-falante de graves (“woofer”) de 8Ω, montado num refletor de graves que possua um cone com diâmetro da ordem de 30cm.
Em série com o alto-falante liga-se um resistor de 8Ω e, em nosso caso, medimos a impedância da carga do amplificador nos pontos indicados na Fig. 1, obtendo como resultado as curvas de variação mostradas na mesma figura, para as condições de medida com o resistor e sem o resistor em série.
Constata-se, imediatamente, uma redução das variações de impedância quando se usa o resistor em série; quando ele não é utilizado, a relação de impedâncias entre os pontos máximo e mínimo da curva é de 64:8, isto é, 8:1, enquanto que, com o resistor em série, a variação é de 70:16, isto é, somente 4,5:1.
Essa diferença é devida ao fato de que, na zona entre os pontos máximo e mínimo da curva, a impedância do alto-falante é quase que unicamente resistiva.
FIG 1. Variação da impedância de carga do amplificador em função da frequência, com e sem resistor em série com o alto-falante.