Evite confusões: nem todos os receptores sem transformador são do tipo “rabo-quente”. Mostre que você conhece o assunto: o verdadeiro rádio “rabo-quente” era o que possuía resistor embutido no cabo de alimentação.
No Brasil, ao que se saiba, não foram fabricados receptores tipo rabo-quente em escala industrial, ou seja, com cordão resistivo, salvo artesanalmente. Os modelos de rádios que aqui apareceram, contendo resistor embutido no cabo de alimentação, eram provenientes dos Estados Unidos, geralmente das marcas Zenith ou Philco, ou da Argentina. A Philips chegou a fabricar modelos de rádios com cordão resistivo, nos Estados Unidos, que foram exportados para cá.
Figura 1. Eis o autêntico “rabo-quente”: um resistor espiralado de fio de nicrome, protegido por asbesto/amianto, embutido no cordão de alimentação. Quando o rádio está em funcionamento, o cordão se aquece. Daí surgiu a expressão “rabo-quente”. Quando sobreaquecia, o resistor podia provocar incêndios. Nos Estados Unidos os rádios “rabos-quentes” eram apelidados de “curtain burners” ─ queimadores de cortinas.
*Dante Efrom, PY3ET. Antennófilo, jornalista, radioamador, redator e autor de textos técnicos sobre eletrônica, radioamadorismo e reparações. Assinante, leitor e colaborador de Antenna/Eletrônica Popular no tempo de G.A. Penna, PY1AFA.