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O valor RMS e a valor de pico em tensões não senoidais
Já vimos no artigo anterior que para encontrar o valor de pico de uma tensão senoidal devemos multiplicar o valor RMS por 1,41.
E se a tensão for oriunda de uma forma de onda não senoidal, este fator 1,41 ainda pode ser usado?
Vamos verificar isto na prática e, para tal, voltemos à fig.2, onde podemos ver que os valores RMS e pico a pico da tensão na carga (lâmpada) são, respectivamente, 57,79V e 322,74V.
Se multiplicarmos 57,79V por 1,41, obteremos 81,48V que, multiplicado por 2, dará 162,79V e, portanto, muito longe do valor pico a pico “verdadeiro” lido pelo osciloscópio.
Concluímos assim que o fator 1,41 utilizado para obter o valor de pico de uma onda senoidal a partir do seu valor RMS são funciona quando a tensão não é uma senoide pura, como neste exemplo do dimmer.
A pergunta que surge naturalmente é: – qual seria então o fator que deveríamos utilizar, ou melhor, quais seriam os fatores e como encontrá-los?
O cálculo destes fatores exige uma matemática avançada, não tem muito interesse prático e, por isso, não será tratado neste artigo, exceto para o caso particular de onda quadrada e dente de serra ou triangular.
Fator de crista e Fator de Forma
Na fig. 3, temos duas fórmulas bem simples que nos ajudam a descobrir o valor de pico e o valor médio de qualquer onda periódica a partir do valor RMS. Estes cálculos já foram apresentados no artigo anterior desta série e apenas não mencionamos, naquele momento, os termos fator de crista e fator de forma.
Fig. 3 – Fórmulas de fator de crista e fator de forma.