Neste artigo, irei abordar apenas o lado prático e tentar mostrar se, e quando, vale a pena nos preocuparmos em medir o hFE de um transistor usando para tal a funcionalidade oferecida por muitas marcas e modelos de multímetros digitais.
Sob o ponto de vista didático eu diria que sim, vale a pena, entretanto, como medida auxiliar à análise de transistores em uma reparação, devo confessar que, de uns tempos para cá, passei a ser um tanto cético quanto ao resultado obtido e já explicarei por quê.
A primeira coisa que me chamou a atenção é o fato dos soquetes dos multímetros para encaixar o transistor, cujo hFE pretendemos medir, não nos permitirem encaixar transistores “grandes”, ou seja, de potência com encapsulamentos TO3, TO247 ou TO220, para citar alguns exemplos.
Por que esta “transistorfobia” dos DMM’s na hora de medir hFE de transistores grandões?
A razão desta “discriminação” com esses transistores é simples. Basta entender como os DMM “medem” o hFE.
Já, já, irei explicar qual é a “mágica” para medir hFE em multímetros digitais. Antes, porém, quero mencionar mais um ponto do meu ceticismo sobre o assunto.
Comecei a reparar que os DMM’s top de linha e, portanto, mais caros, não oferecem essa funcionalidade. Só encontramos o soquete para inserir alguns tipos de BJT a fim de medir o hFE nos modelos de baixo ou médio custo, que eu chamo de multímetros X-Tudo, numa alusão àqueles sandubas “pró colesterol” das barraquinhas de fast food.
A “mágica” dos DMM’s para medir hFE
Comecemos analisando o soquete, mostrado na fig.1, onde será encaixado o transistor para medir o hFE.
Fig. 1 – Soquete para medir hFE