Um verdadeiro “rabo-quente” brasileiro?

“KISS”, quando o menos é mais. Não se trata da banda de hard rock Kiss, mas sim do princípio ou doutrina K.I.S.S. ─ sigla de “keep it simple, stupid”, “mantenha isso simples, imbecil”, um slogan adotado antigamente em departamentos de engenharia e projetos.

Figura 5. Letreiro que era usado nas áreas de projetos, antigamente. “Keep it simple, stu-pid”: era um lembrete para que a complexidade exagerada fosse evitada.

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Pelo princípio KISS, a maioria dos sistemas funciona melhor se não forem complicados. Era uma sigla para enfatizar que o simples pode ser suficiente. Simplificar é boa engenharia: simplicidade também é um requinte.

Assim mesmo, na década de 1930, houve empresas, fabricantes de radiorreceptores, que imaginaram que deveriam competir no mercado, produzindo receptores de alto luxo, caros e cada vez mais complicados.

Um destes aparelhos foi o “Scott Philharmonic”, tido como o Rolls-Royce dos receptores. A empresa, Scott Laboratories, se anunciava como “The Stradivarius of Radio”, produtora dos Stradivarius dos rádios. Não soa parecido com os anúncios de hoje de certos equipamentos valvulados de áudio high-end?

O receptor Scott Philharmonic tinha nada mais, nada menos, do que 30 válvulas. Era de seis faixas, com resposta de áudio de 30 a 16 kHz. No seu circuito o aparelho contava com dois estágios passabanda de RF, filtros de ruídos, etapa de FI com transformadores de elevado “Q” e largura de banda continuamente variável, para ajuste ótimo da seletividade e da sonoridade, circuito de controle automático de ganho com retardo etc.

Em alguns modelos o estágio de áudio era triamplificado. Tais receptores, como o Zenith 1002 Stratosphere, tinham preços realmente estratosféricos. O desempenho geral era bom, mas havia naqueles tempos receptores muito mais simples, com menos da metade das válvulas, que podiam rivalizar e até ultrapassar o desempenho do Scott Philharmonic.

2 comentários sobre “Um verdadeiro “rabo-quente” brasileiro?”

  1. Fausto Trentini23 de setembro de 2024 às 7:57 AMResponder

    Nossa, que nostalgia que bateu! Mexer em rádios e televisões valvuladas que funcionavam tanto em AC como em DC!

    1. Dante Efrom4 de outubro de 2024 às 9:34 AMResponder

      Gratos pela mensagem, colega Fausto. A retrônica está na moda, a pleno vapor. Aproveitamos para relembrar aos leitores que os aparelhos antigos tipo CA-CC, ou seja, sem transformador, apresentam risco de choques elétricos potencialmente perigosos. A lida nesse tipo de equipamento deve ser executada por pessoas treinadas e adotando os indispensáveis procedimento e equipamentos de segurança, entre os quais o transformador de isolação. Recomenda-se também a adoção de IDRs, interruptores diferenciais residuais na bancada de serviços ou na instalação domiciliar. Em breve falaremos deles em ANTENNA. Abraço, permaneça em contato!

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